Ata do Copom joga balde de água fria nas apostas de corte de 0,75 pp na Selic
O Banco Central divulgou nesta terça-feira (8) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) com mais detalhes sobre a decisão de iniciar o afrouxamento monetário.
Na semana passada, o Copom reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual, fazendo com que a taxa básica de juros passasse de 13,75% para 13,25%. A decisão não pegou o mercado de surpresa, mas foi mais ousada para a parte do mercado que apostava em um corte de 0,25 pp.
Além disso, o Banco Central também sinalizou que novos cortes estão previstos para os próximos meses. O problema é que os investidores se empolgaram e já falavam em um reajuste de 0,75 pp na reunião se setembro. Mas o Copom já fez questão de dar uma controlada nos ânimos.
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No texto de hoje, o Copom destacou que é unânime a expectativa de cortes de 0,50 pp nas próximas reuniões e avalia que o ritmo é apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.
“O Comitê julga como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva”, diz a ata. “Tal confiança viria apenas com uma alteração significativa dos fundamentos da dinâmica da inflação, tais como uma reancoragem bem mais sólida das expectativas, uma abertura contundente do hiato do produto ou uma dinâmica substancialmente mais benigna do que a esperada da inflação de serviços”, completa.
Selic: Corte de 0,25 pp ou 0,50 pp
O comunicado da reunião passada já tinha apontado um “racha” entre os diretores do Banco Central: cinco votaram pela redução de 0,50 pp. Enquanto quatro optaram por 0,25 pp.
A ata de hoje também trouxe mais informações sobre isso, destacando que, independentemente da escolha, o cenário de é expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial, núcleos de inflação ainda acima da meta, inflação de serviços acima do patamar compatível com a meta para a inflação e atividade econômica resiliente. Ou seja, isso requer uma postura mais conservadora ao longo do ciclo de flexibilização da política monetária.
“Ambas as opções, a depender do ciclo empreendido, seriam compatíveis com a convergência da inflação para a meta tanto nos cenários de referência do Comitê, como em outros cenários apresentados na reunião”, diz o texto.