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Ata do Copom: De quanto serão os cortes na Selic em 2024? Veja o que diz o Banco Central

19 dez 2023, 8:57 - atualizado em 19 dez 2023, 8:57
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Na última reunião do Copom, o corte foi de 0,50 p.p chegando a uma taxa de uros de 11,75%. (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Banco Central divulgou nesta terça-feira (19) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 12 e 13 de dezembro.

Na ocasião, o Copom reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), levando a taxa básica de juros para 11,75% ao ano. A decisão não pegou o mercado de surpresa, uma vez que os diretores do BC já haviam dado pistas sobre a decisão.

Para as próximas reuniões, não será diferente. Na ata do último encontro do ano, os membros do Comitê anteveem, mais um vez, reduções de mesma magnitude por enxergarem ser o mais prudente para o momento. No entanto, não há um período especificado.

“Com relação aos próximos passos, os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, concluíram na ata.

Em relação ao cenário econômico no Brasil, o comitê avalia que houve um progresso desinflacionário relevante, em linha com o antecipado nas últimas reuniões. No entanto, avaliam que ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, o que exige “serenidade e moderação na condução da política monetária”.

“O cenário doméstico vem se encaminhando em linha com o que era esperado. Concluiu-se que prossegue a trajetória desinflacionária dos núcleos e da inflação de serviços, reforçando a dinâmica benigna recente da inflação. Além disso, dados recentes sugerem moderação da atividade econômica, como antecipado pelo Comitê. A desancoragem das expectativas de inflação para prazos mais longos se manteve desde a última reunião do Copom. Por fim, as projeções de inflação no horizonte relevante não se alteraram significativamente, mantendo-se acima da meta”.

O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

Sobre a meta fiscal, o grupo mantém a mesma fala de anteriormente: é necessário perseguir a meta estabelecida.

Cenário internacional

Lá fora, observa-se uma melhora positiva no cenário, com juros americano em declínio e sinais incipientes de queda de núcleos de inflação, que ainda permanecem em níveis elevados em diversos países.

Em função disso, para vários membros do Copom, houve um aumento da probabilidade da ocorrência de um pouso suave nos Estados Unidos.

No entanto, mesmo com o ambiente externo com sinais de melhora, o posicionamento do Copom ainda é de cautela. Isso porque o Brasil se enquadra como um país emergente, que acaba dependendo muito de outras economias.