Como a briga entre Lula e Haddad sobre a meta fiscal afeta a Selic? Veja o que diz o Banco Central
O embate entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministro da Fazenda Fernando Haddad sobre a meta do arcabouço fiscal de zerar o déficit público em 2024 preocupa o Banco Central.
Na ata do Copom da última reunião, divulgada hoje, os membros afirmaram que o enfraquecimento da disciplina fiscal tem impactos sobre a potência da política monetária.
“O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”, dizem.
O Copom já avaliava a incerteza fiscal sobre a execução das metas, mas afirma que a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal elevou o prêmio de risco.
Os membros ressaltam que o fortalecimento contínuo da credibilidade e da reputação dos arcabouços fiscal e monetário são chave para a ancoragem das expectativas de inflação
“Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”, ressaltam.
A ata além da briga entre Lula e Haddad
Na ata do penúltimo encontro do ano, os membros do Copom anteveem, mais um vez, uma redução de mesma magnitude. Eles avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.
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Sobre o ciclo total de flexibilização, o Comitê enfatiza que a magnitude dependerá da evolução da dinâmica inflacionária. “Em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, afirmam.
O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas das metas.