Ata do BCE mostra hesitações sobre medidas da luta contra o coronavírus
As autoridades do Banco Central Europeu temiam uma rápida deterioração da economia da zona do euro quando decidiram tomar uma série de medidas de emergência, mas alguns ainda expressaram reservas sobre o lançamento de novas compras de títulos, mostrou nesta quinta-feira a ata da reunião de emergência de 18 de março.
Com os mercados financeiros em colapso e os custos de empréstimos subindo para os membros mais fracos da zona do euro, o BCE concordou em uma reunião tarde da noite em descartar muitas de suas regras de estímulo anteriores e comprar até 1,1 trilhão de euros em dívida este ano para ajudar empresas e governos em dificuldades.
A medida foi uma reviravolta notável em relação a apenas seis dias antes, quando o BCE concordou com um pequeno aumento nas compras de ativos e a presidente Christine Lagarde minimizou a crise, até mesmo argumentando que não era tarefa do BCE ajudar a “fechar spreads”.
Essa observação provocou o maior salto diário nos custos dos empréstimos italianos desde 2011 e chamou a atenção de investidores e até de chefes de Estado pelo que consideraram falta de solidariedade com os países enfrentando o vírus.
“Houve um acordo unânime de que são necessárias ações ousadas e decisivas para combater os sérios riscos que o coronavírus em rápida expansão apresenta para o mecanismo de transmissão da política monetária”, afirmou o BCE.
“Algumas reservas foram expressas por alguns membros sobre a necessidade de lançar um novo programa dedicado de compra de ativos”, afirmou o BCE, acrescentando que a autoridade também tinha preocupações sobre a proposta de comunicação sobre o limite do emissor.