Associação questiona ‘zona cinzenta’ de influencers de finanças e planeja debate
A Associação Brasileira das Entidades do Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) abriu audiência pública sobre normas para instituições contratarem influenciadores digitais de finanças, os chamados “finfluencers”, para publicidade de produtos de investimento.
Entre as regras, está a que a instituição é responsável pelo conteúdo e que toda publicidade deverá ser informada pelo influenciador. O distribuidor ainda deve garantir que o “influencer” tenha as certificações ou autorizações necessárias se estiver fazendo a recomendação ou análise de algum produto de investimento.
“Não é nosso escopo autorregular a atividade do influenciador. As normas são para os distribuidores”, afirmou o gerente de representação de distribuição de produtos de investimento da Anbima, Luiz Henrique Carvalho.
“O nosso objetivo é dar transparência à relação comercial entre esses agentes, que muitas vezes fica em uma zona cinzenta, na qual o investidor não reconhece como publicidade determinado conteúdo publicado pelo influenciador que ele segue”, acrescentou em comunicado à imprensa.
A minuta com as normas também prevê que as relações comerciais entre as partes sejam regidas por um contrato, que deve informar os meios de divulgação, a descrição geral dos produtos divulgados e se ele envolve uma atividade regulada, como análise ou recomendação, além da remuneração e a vigência.
A minuta é uma atualização do Código de Distribuição de Investimentos e ficará disponível para sugestões até 3 de julho.
De acordo com a Anbima, que representa mais de 295 instituições de diversos segmentos, as novas regras devem ser publicadas no segundo semestre do ano.