Associação de café da Colômbia pede que contratos sejam honrados
A principal associação do setor cafeeiro da Colômbia destacou a necessidade de os produtores continuarem fechando contratos e, ao mesmo tempo, honrarem as vendas anteriores em meio à disparada dos futuros em Nova York, causando possíveis perdas a muitos.
Roberto Vélez, gerente-geral da Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia, disse no Twitter na quinta-feira que os cafeicultores devem continuar aproveitando o atual rali para vender grãos no mercado futuro. Na terça-feira, num tuíte similar ele também enfatizou que os agricultores devem honrar as vendas anteriores.
Vélez disse que é importante definir quantidades para o próximo ano e 2021. Mas destacou que os compromissos já assumidos devem ser “honrados”. “Conheço a tentação, mas honrar é imperativo.”
Os tuítes surgiram em meio a especulações de que a valorização de cerca de 50% das cotações do café desde a mínima de outubro levará cafeicultores colombianos a não cumprirem contratos vendidos a preços mais baixos. A preocupação aumentou o apelo dos estoques certificados pela bolsa: estoques de arábica da ICE estão perto dos menores níveis desde meados de 2018.
Muitos cafeicultores na Colômbia venderam grãos quando os preços estavam em torno de US$ 1,10 a libra-peso em Nova York, segundo uma pessoa a par do assunto, que pediu para não ser identificada. Os preços eram negociados naquele nível na primeira quinzena de novembro, antes de subirem para US$ 1,3725 na quinta-feira.
A Colômbia é o segundo maior produtor da variedade arábica, usado por redes de cafeterias como a Starbucks. No início do ano, a Cooperativa de Caficultores de Andes acumulou perdas de 90 bilhões de pesos (US$ 26 milhões), principalmente relacionadas a derivativos, levando o governo colombiano a assumir o controle da cooperativa e avaliar se o grupo precisa ser liquidado.