Assembleia-Geral da ONU volta a isolar a Rússia por conta da Ucrânia
Quase três quartos da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu o acesso à ajuda e proteção civil na Ucrânia nesta quinta-feira e criticou a Rússia por criar uma situação humanitária “terrível” depois que os russos invadiram o país vizinho há um mês.
É a segunda vez que a Assembleia-Geral, que tem 193 membros, isola de maneira esmagadora a Rússia em relação ao que Moscou classifica como “operação militar especial” com o objetivo de destruir a infraestrutura militar da Ucrânia. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a “guerra absurda” da Rússia.
A resolução adotada na quinta-feira, elaborada pela Ucrânia e aliados, recebeu 140 votos a favor e 5 votos contra –Rússia, Síria, Coreia do Norte, Eritreia e Belarus— enquanto 38 países, incluindo a China, se abstiveram.
A Ucrânia e seus aliados têm buscado igualar ou aumentar o apoio recebido a uma resolução do dia 2 de março da Assembleia-Geral que deplorou a “agressão” da Rússia e exigiu a retirada de suas tropas. Essa resolução recebeu 141 votos de “sim”, os cinco mesmos votos “não”, enquanto 35 países –incluindo novamente a China– se abstiveram.
A embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, descreveu a votação na quinta-feira como “um sucesso absoluto”, dizendo aos jornalistas: “Não há realmente uma diferença entre 141 e 140”.
A África do Sul propôs uma outra resolução preliminar focando na situação humanitária, mas não mencionou a Rússia. A Rússia pediu que os demais países apoiassem aquele texto, argumentando que a resolução elaborada pela Ucrânia e seus aliados havia sido “politizada”.
A Assembleia-Geral decidiu não agir em relação à resolução sul-africana depois que a Ucrânia pediu uma votação de acordo com uma regra a respeito de resoluções preliminares na entidade sobre a mesma questão.
A resolução adotada na quinta-feira exige a proteção de civis, profissionais de saúde, socorristas, jornalistas, hospitais e outras infraestruturas civis. Ela também exige um fim aos cercos de cidades, em especial Mariupol.
A Ucrânia e seus aliados ocidentais acusam Moscou de atacar civis de maneira indiscriminada. Moscou nega ter atacado civis.