Assédio no trabalho faz parte da rotina de 46% das mulheres, diz levantamento
Um torcedor do Flamengo foi preso após assediar a repórter Jéssica Dias, da ESPN, antes da partida de quarta-feira (7) no Maracanã, válida pela semifinal da Libertadores.
Todo mundo viu a cara do homem, espero que tomem providências. pic.twitter.com/VkvQ7Jglhs
— Notícias CRF (@InfosUrubu) September 7, 2022
Ela não foi a primeira e, dificilmente, será a última a passar por isso. De acordo com o levantamento “Elas: Comportamentos e barreiras”, o assédio no trabalho faz parte da rotina de 46% das mulheres.
O estudo – realizado pela da Nielsen, empresa de medição de audiência, dados e análises, em parceria com a Opinion Box, companhia especializada em pesquisas de mercado online – tem entre os objetivos entender o perfil das brasileiras em diferentes frentes, trazendo pontos de atenção nas questões sociais e no mercado de trabalho.
A pesquisa foi realizada entre fevereiro e março de 2022, com o uso de questionário online para 1000 pessoas de todas as regiões do país. Dentre os entrevistados, 69% eram mulheres, 24% homens e 7% optaram por não citar seu gênero.
O assédio no trabalho
Entre os temas explorados no levantamento estão o assédio no trabalho, englobando pela primeira vez conceitos como o mansplaining e manterrupting.
O mansplaining é, basicamente, quando um homem explica algo a uma mulher, desconsiderando que ela já sabe sobre o tema.
Já o manterrupting é a interrupção masculina na fala de uma mulher a ponto de impedi-la de emitir alguma opinião.
No caso do mansplaining, 48% das mulheres entrevistadas familiarizadas com o termo relataram já terem presenciado esta prática no trabalho, número que é ainda maior no manterrupting (54%). Em relação ao assédio no trabalho, 46% das entrevistadas já sofreu ou presenciou.
Gravidez e a dificuldade para contratação
Se tratando de temas relacionados a vida pessoal, como é o caso da gravidez, a grande maioria das entrevistadas acredita que a possibilidade de engravidar pode ser usada como empecilho em entrevistas de emprego.
De acordo com o levantamento, 88% das respondentes concordam que a gestação pode ser considerada um motivo para não contratá-las.
Além disso, 75% delas afirmam que isto pode ser uma razão para questionar sua capacidade de trabalho. O estudo revela ainda que apenas 13% discordam da afirmação, enquanto 12% são indiferentes em relação ao assunto.
Mulheres, homens e as entrevistas de emprego
Atrelado ao fato da gravidez ter influência em uma possibilidade de contratação, três em cada quatro mulheres (75%) afirmam que foram perguntadas em entrevistas de emprego sobre ter filhos e com quem deixariam as crianças para trabalhar. Entre os homens, a taxa é de 69%.
O levantamento também mostra que 23% das entrevistadas acreditam que esse tipo de pergunta atrapalhou a entrevista, número que para os homens ficou em 8%.
Ainda em relação a eles, a maioria do público masculino entrevistado (68%) acredita que as mulheres são tão capazes quanto os homens em exercer as mesmas funções no trabalho, com 16% que pensam o oposto, sendo principalmente na faixa etária acima de 55 anos.
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