Assaí vale um Pão de Açúcar, e prova que ações de seu dono são injustiçadas
Se alguma empresa pode, literalmente, destravar valor ao abrir o capital de uma controlada, esta empresa é o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Ao anunciar, na noite desta quarta-feira (9), que iniciou estudos para o IPO de sua rede de atacarejo Assaí, a companhia explicou que pretende “liberar o pleno potencial” de sua controlada.
Para o Credit Suisse, isso não é tudo. Em relatório obtido pelo Money Times, o banco afirma que a operação ajudará o mercado a perceber quanto está maltratando as ações do próprio Pão de Açúcar.
“Mais do que tudo, acreditamos que o anúncio trará luz ao nível de valuation pelo qual PCAR3 é negociado, que nos parece muito descontado para se ignorar”, observam Victor Saragiotto e Pedro Pinto, que assinam a análise.
Nonsense
A dupla acrescenta que “há coisas que não fazem sentido”, entre elas, o atual valor das ações da empresa. Os analistas questionam quanto o mercado está disposto a pagar por uma varejista que alimentos que cresceu, em média, 28% nos últimos cinco anos.
O Credit Suisse lembra que, quando se consideram os múltiplos de outras redes de atacarejo, mais o lucro líquido do Assaí nos últimos 12 meses, seu valor de mercado seria de R$ 17 bilhões.
“Isso representa, virtualmente, todo o valor de mercado do GPA, o que implica quase nenhum valor para o Exito e os negócios de multivarejo, entre outros”, ressalta do banco suíço. “Isto não é justo, em nossa opinião, principalmente à luz do forte momento operacional das varejistas de alimentos no Brasil”, continua.
Tudo somado, o Credit Suisse reiterou sua recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para as ações do Pão de Açúcar, com preço-alvo de R$ 112. O valor embute uma alta potencial de 80% sobre os R$ 62,15 com que as ações fecharam nesta quarta-feira (9).