Assad vota em antiga cidade rebelde síria que foi alvo de ataque químico
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, depositou seu voto nesta quarta-feira em uma eleição na qual deve conquistar um quarto mandato, e escolheu o antigo bastião rebelde de Douma, onde um suposto ataque com armas químicas em 2018 desencadeou ataques aéreos ocidentais, como local para votar.
O governo diz que a eleição mostra que a Síria está funcionando normalmente, apesar de um conflito de uma década que matou centenas de milhares de pessoas e expulsou de casa 11 milhões de pessoas — cerca de metade da população.
“A Síria não é o que eles estão tentando mostrar, uma cidade contra a outra e uma seita contra a outra ou uma guerra civil, hoje estamos provando em Douma que o povo sírio é um só”, disse Assad depois de votar.
A eleição ocorreu independentemente de um processo de paz liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que pediu uma votação sob supervisão internacional que ajudaria a abrir caminho para uma nova Constituição e um acordo político.
A oposição, que está boicotando o pleito, diz que os rivais presidenciais de Assad são deliberadamente discretos: Abdallah Saloum Abdallah, um ex-vice-ministro de gabinete, e Mahmoud Ahmed Marei, chefe de um partido pequeno de oposição sancionado oficialmente.
França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos disseram na terça-feira que a eleição não seria livre ou justa.
Em partes de Deraa, uma cidade do sul que foi palco dos primeiros protestos anti-Assad, figuras locais convocaram uma greve geral para mostrar sua oposição à eleição.