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Ascensão e queda da Kodak no mundo da destruição criativa

21 mar 2021, 14:04 - atualizado em 19 mar 2021, 19:31
Câmera Kodak
A Kodak serve de grande exemplo do que não fazer durante a transformação digital (Imagem: Unsplash/Denise Jans)

Texto escrito com Jose Gustavo Pauro

A facilidade que temos hoje em fazer um registro fotográfico iniciou-se há mais de 100 anos, através de George Eastman que colocou sua curiosidade para produzir engenhocas na cidade de Rochester, criando a empresa de câmeras fotográficas mais relevante do mundo, a americana Kodak.

O sucesso da empresa veio com a praticidade e facilidade em registrar momentos e reproduzi-las, os famosos Momento Kodak. Até a década de 1990, ter um momento Kodak poderia se referir àquele instante memorável, digno de ser eternizado em uma fotografia.

A Kodak era uma das maiores empresas do mundo no mercado de filmes analógicos e máquinas fotográficas e dominava o mercado sem se preocupar com a concorrência. Por ironia do destino, seu declínio veio com uma de suas próprias invenções, a máquina fotográfica digital.

Não foi a invenção em si que culminou no fracasso da Kodak, mas sim a dificuldade de lidar com as posteriores inovações que surgiram com a digitalização das câmeras fotográficas. A Kodak insistiu em se manter tradicional, o que a levou decretar falência em 2012.

Assim, a empresa serve de grande exemplo do que não fazer durante a transformação digital e evitar o fracasso. A companhia não se adaptou aos novos tempos, foi sufocada pelas novas tecnologias, até que em 2012 pediu falência, sem conseguir fazer frente à era digital.

Esse foi o pecado capital da Kodak, não entender a velocidade do avanço da tecnologia, da Lei de Moore, do crescimento exponencial. Mesmo sendo uma empresa inovadora, a Kodak era uma empresa industrial do século XX, com pensamento e comportamento do século XX, onde as mudanças de mercado eram lentas e dominados por grandes corporações mundiais.

A Kodak e seus líderes foram incapazes de perceber que a foto digital não seria apenas mais um produto, mas sim uma mudança profunda no mercado de fotografia que estava sendo digitalizado pela tecnologia, e que o mercado tradicional seria praticamente destruído pelo modelo digital. Primeiro as câmeras digitais japonesas, depois os smartphones destruíram o mercado para filmes químicos onde a Kodak era líder.

Um belo exemplo de destruição criativa do mercado que Schumpeter tão bem nos ensina! Novas tecnologias destroem as antigas, levando países ao progresso ao mesmo tempo que deixam um rastro de destruição! No sistema capitalista de inovações, não tem moleza, não!

Referências:

https://www.tecmundo.com.br/mercado/138893-historia-philco-radios-capelinha-dias-video.htm

https://www.startse.com/noticia/nova-economia/corporate/kodak-como-ela-foi-de-uma-das-empresas-mais-inovadoras-ate-falencia

https://www.tecmundo.com.br/curiosidade/701-o-que-e-a-lei-de-moore-.htm

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CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR
Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
paulo.gala@moneytimes.com.br
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Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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