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As preocupações que fazem Cielo (CIEL3) desabar 9% após balanço do 2T23

02 ago 2023, 17:23 - atualizado em 02 ago 2023, 17:25
Cielo
Cielo desaba 9% após balanço do 2T23 (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

As ações da Cielo (CIEL3) recuaram 9,15%, a R$ 4,27, no pregão desta quarta-feira (2). O movimento vem após a companhia divulgar números em linha com o esperado pelo mercado no segundo trimestre de 2023 (2T23), mas ainda “ligeiramente negativos”.



Segundo os analistas do Itaú BBA, a combinação de perda rápida de volume no negócio adquirente e maiores gastos com custos de vendas, gerais e administrativos foram preocupantes para a Cielo no trimestre.

Além disso, os rendimentos da receita subiram menos do que o esperado e podem já ter atingido o pico entre abril e junho, ressaltam Pedro Leduc e equipe.

A analista da Empiricus Research, Larissa Quaresma, ainda ressalta que o volume total processado (TPV) continua desacelerando, desta vez com mais intensidade. “Isso reflete não só a desaceleração do varejo, mas também, provavelmente, a redução de 14% na base de clientes da Cielo Brasil”, diz.

O Itaú BBA tem indicação de market perform — desempenho em linha com a média do mercado — para CIEL3, com preço justo em R$ 5,10. Já a Empiricus tem recomendação neutra.

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O que salvou a Cielo no trimestre?

Do lado positivo do balanço da Cielo, os analistas do BBA destacam o aumento da penetração do pré-pagamento, com as receitas deste segmento compensando a perda de volumes de cartões.

Já Quaresma, da Empiricus, diz que houve melhora do rendimento do volume processado, em função dos esforços continuados de reprecificação e aumento da participação do cartão de crédito.

Ainda, a melhora ajudou os efeitos do novo limite na tarifa de intercâmbio do cartão de débito – o que é bom para os adquirentes, “já que sobra mais taxa ao final para o dono da maquininha”. Com isso, a receita líquida ficou em R$ 2,6 bilhões, com alta anual de 4%.

O crescimento das despesas de pessoal, em função da expansão da equipe comercial e do acordo salarial coletivo, foi compensado por menores custos de transação e racionalização do atendimento, destaca a analista.

Por fim, os produtos de prazo mantiveram a alta penetração, de 26% do TPV de cartão de crédito da Cielo Brasil. Isso, na comparação anual, representa uma expansão de 3,9 pontos percentuais, impulsionando o lucro líquido recorrente para R$ 486 milhões.