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As pedras no sapato de duas construtoras que riem à toa com o Minha Casa, Minha Vida

23 dez 2023, 18:06 - atualizado em 23 dez 2023, 18:06
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Executivos de construtoras contam quais indicadores tiram o sono das empresas, mesmo com melhora nos resultados (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

“No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho”. A célebre frase do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade cai como uma luva em dois endereços de Belo Horizonte

Faz algum tempo que duas construtoras e incorporadoras mineiras lidam com pedras no sapato que tiram o sono de Rafael Menin, CEO da MRV&Co (MRVE3), e do CFO da Direcional (DIRR3), Henrique Paim. 

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A pedra no sapato da MRV

Nos últimos trimestres, um item nas demonstrações financeiras da MRV acendeu um sinal de alerta no mercado financeiro, entre analistas e investidores.

Após um processo de reestruturação da companhia, os resultados melhoraram, mas a geração de caixa é o indicador que ainda incomoda Rafael Menin.

Ele lembra que a construtora e incorporadora sempre foi geradora de caixa, rentável e com alavancagem perto de zero. Contudo, a pandemia de covid-19 mudou esse cenário.

“Foi um ciclo com uma rentabilidade baixa e queima de caixa. Estamos vendo os indicadores antecedentes melhorarem. A geração de caixa vai ser pequena. Porém, ainda será uma queima”, diz o executivo, reforçando que o dado tem melhorado a cada trimestre.

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Construtora ri com mudanças do MCMV, mas lucro tira sono

Por sua vez, o executivo de finanças da Direcional relata que a ‘pedra no sapato’ da companhia que vem registrando números operacionais recordes é o lucro líquido.

“A gente ainda não aproveitou todo o momento da alavancagem operacional que a gente está construindo. Se pegarmos o lucro líquido da Direcional três anos atrás, ele girava em torno de R$ 100 milhões. Já nos últimos 12 meses, fizemos algo perto de R$ 300 milhões”, explica.

Segundo Henrique Paim, ela vem crescendo diluindo o indicador vendas e despesas gerais e administrativas (SG&A).

“A Direcional está conseguindo fazer o indicador crescer numa proporção menor do que o crescimento da receita. Isso vem gerando mais lucro líquido. Diante disso, o que mais incomoda é que esse resultado não apareceu todo no nosso balanço. Tem espaço para o lucro líquido ser maior”, comenta.