As novas soluções que desejam solucionar o problema de liquidez do setor DeFi
Uma vez, Einstein disse: “não podemos resolver nossos problemas com a mesma mentalidade de quando os criamos”.
Também existe uma réplica a essa frase: às vezes, as soluções que criamos para os problemas de hoje serão exatamente as que irão causar os problemas de amanhã.
Sobreviva hoje ao hipotecar o futuro. Seja pacífico e faça as pazes com um inimigo, pois essa paz só irá fortalecer o pé de guerra do inimigo. Escolha o candidato Y e todos os problemas que vêm com ele, em reação às políticas do líder X.
Isso também acontece na indústria cripto.
Há alguns anos, a comunidade cripto sofreu com o “problema” apresentado por corretoras centralizadas — aquelas que têm um tipo de custodiante no comando de uma criptomoeda com necessidade mínima de confiança (“trustless”) ou uma corretora que não apenas a torna vulnerável aos mesmos tipos de riscos que as moedas tradicionais que são transferidas digitalmente (hacks, engenharia social etc.), como também contradizem completamente a filosofia implícita e a proposta de valor do que realmente deveria ser uma moeda centralizada e com necessidade mínima de confiança.
A solução foram as corretoras descentralizadas (ou DEXs). Mas a primeira onda de DEXs trouxe outros problemas: falta de suporte para conversão de fiduciárias, congestionamento da rede com altas taxas de administração e, o pior de todos, a falta de liquidez.
Bitsquare/Bisq está entre uma das primeiras a apresentar o conceito de “corretora descentralizada”, com pagamentos limitados de 0,25 BTC via bancos. Outras DEXs de primeira viagem permitiam a negociação de até 1 BTC — para evitar problemas regulatórios.
Todas as liberdades que negociadores deveriam ter sob os auspícios de uma DEX de repente foram anulados pela incapacidade de realizar negociações de forma rápida e fácil com inúmeras moedas.
Em 2020, a febre DeFi deu início a uma nova onda de aplicações financeiras descentralizadas enquanto o fenômeno de “yield farming” apresentou novas soluções ao problema da liquidez.
A evolução da liquidez em corretoras descentralizadas
Ao descobrir uma solução ao problema de liquidez, as finanças descentralizadas prometeram transformar sistemas de dívida e valor da mesma forma que o e-mail e a internet transformaram a forma como pensamos e usamos as mídias.
Qualquer um pode ser um mutuário (tomar empréstimos) ou um mutuante (conceder empréstimos). Novas DEXs usam contratos autônomos para preencher lacunas dos problemas de liquidez enfrentados pelas corretoras antigas.
Como funcionam os empréstimos
com cripto no setor DeFi?
Algumas das corretoras mais novas, como Tokenlon, avaliam ordens fora do blockchain para, em seguida, realizar trocas no blockchain.
Porém, as DEXs atuais ainda estão suscetíveis a “slippage”. Pode causar grandes diferenças de preço entre uma ordem inicial e a execução dessa ordem, principalmente em blockchains mais lentos e em transações maiores.
Tecnicamente, existe liquidez, mas a um alto custo. Talvez não seja um grande problemas se você for um pequeno investidor, mas é um grande problema se você for uma baleia.
Programas de incentivo de liquidez, que se tornaram bem populares, podem fornecer uma certa ajuda. Incentivos de liquidez para usuários recompensam aqueles que usam o protocolo.
Uniswap — talvez a corretora descentralizada mais popular de 2020 e uma das representantes do emergente movimento DeFi — já opera como uma formadora de mercado de função constante (CFMM), um tipo de formadora automatizada de mercado (AMM), fornecendo a negociação de preenchimento de ordens 24 horas por dia com base em ativos totais e pools de liquidez, e não por uma contraparte específica.
Uma solução elegante para um problemão
Ao alterar a negociação de uma contraparte específica para incentivos de liquidez e pools de liquidez, o problema da liquidez é solucionado por meio de detentores de tokens que fornecem essa liquidez ao mercado enquanto também fornecem as próprias taxas do token a esses detentores.
Isso permite que haja, de forma simultânea, um mercado robusto para altcoins — criptomoedas alternativas ao bitcoin — e uma redução da volatilidade. Ser um fornecedor de liquidez dá aos detentores do token uma nova escolha e novos incentivos entre “hodl” ou venda das posses de liquidez da corretora.
Além de apenas fornecer mais opções e incentivos a detentores de tokens no empolgante mundo das DeFi, novas estruturas de liquidez também fornecem a melhor solução para o maior problema que atrapalha a indústria cripto desde a criação do Bitcoin.
Sem dúvidas, a maior vantagem de moedas, como o dólar, e instituições, como bancos, é a percepção de segurança.
É claro, talvez você esteja obtendo poucos pontos de porcentagem sobre esses dólares mantidos em uma conta-poupança, mas você tem a tranquilidade que vem junto com a validade desse dólar e da instituição financeira apoiada pela Corporação Federal de Seguros de Depósito (FDIC).
No novo modelo, você confia em algo bem inabalável: a força nos números. Conforme pools de liquidez se tornam cada vez mais populares, a garantia fornecida por essa força nos números ficará cada vez mais evidente.
Na Compound, a terceira maior aplicação DeFi na Ethereum, investidores já podem investir em depósitos com stablecoins, permitindo uma proteção contra o risco de algo catastrófico acontecer.
Já que DeFi é cada vez mais impulsionado por pools, novas soluções para substituir o velho com o novo irão crescer. A popularidade pode resultar em febres e mercados de alta dos investidores mas, no caso das DeFi, também pode solidificar a estabilidade financeira e técnica.
Ainda temos um longo caminho pela frente antes de as finanças descentralizadas substituírem completamente as finanças centralizadas (tradicionais) como a opção de escolha para investidores de varejo.
Sem dúvidas novos problemas serão criados pela crescente rede de novas soluções, mas qual dos caminhos você acha que será o do futuro?