As melhores ações de varejo para comprar agora, na visão da XP
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou os dados do varejo para fevereiro. Os números mostraram um cenário melhor que o esperado.
No mês, as vendas varejistas subiram 1,1% em relação a janeiro. A pesquisa da Reuters previa ganho de 0,1%.
Com isso, o setor está 1,2% acima do patamar pré-pandemia e 4,9% abaixo do pico da série, de outubro de 2020.
“É um crescimento sobre um nível baixo. Novembro e dezembro de 2021 não foram tão bons como em anos anteriores e as empresas resolveram fazer promoções nesse começo de ano. São novas estratégias para estimular as vendas”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
Apesar dos dados animadores, o Goldman Sachs lista alguns aspectos negativos que devem pesar no desempenho do setor:
- inflação alta de dois dígitos;
- condições financeiras domésticas mais apertadas;
- confiança fraca do consumidor e das empresas;
- incerteza política/política persistente;
- níveis recordes de endividamento das famílias;
- condições de crédito cada vez mais exigentes devem gerar ventos contrários para a atividade de varejo nos próximos meses.
Na visão da XP, as vendas do varejo se beneficiarão do início dos pagamentos do Auxílio Brasil e dos saques extraordinários do FGTS, que tendem a melhorar a renda disponível da população e impulsionar a venda de produtos de consumo imediato, como alimentos e bebidas.
“Entretanto, a maior incerteza do cenário macro/político e a escalada da inflação contribuem para uma dinâmica mais negativa para produtos de tickets médios mais elevados, como bens duráveis, e categorias mais discricionárias à frente”, argumenta.
Qual ação do varejo comprar?
Na avaliação dos analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, da XP Investimentos, o setor de farmacêuticos segue resiliente diante da forte demanda por medicamentos antigripais e testes de Covid.
A categoria de vestuários e calçados também mostra crescimento significativo, com alta de 2% no mês e 8% no ano.
Por outro lado, as vendas dos segmentos de móveis e eletrodomésticos continuam a cair 13% ano a ano, “o que, na nossa visão, é explicado pela deterioração macroeconômica, aumento de preços e base de comparação difícil”.
Já a categoria de supermercados e hipermercados apresentou leve aceleração nas comparações mensais e anuais (+1% e +1,5%, respectivamente), “mesmo diante da retomada do consumo fora de casa”.
“Nós preferimos exposição a empresas com forte posicionamento, sólido histórico de execução e com fundamentos específicos bem estruturados. Nesse sentido, dentro do segmento de varejo alimentar, enxergamos o atacarejo como uma combinação de uma proteção contra a inflação, resiliência e crescimento, sendo Assaí (ASAI3) nossa preferência”, completa o trio.
Por outro lado, apesar de ser um segmento mais exposto à deterioração macro, os analistas gostam de empresas focadas na alta renda, como o Grupo Soma (SOMA3) e Arezzo (ARZZ3), “que oferecem uma maior resiliência e contam com um crescimento orgânico sólido”.
Já as farmácias são consideradas um setor resiliente para se ter e com alavancas positivas para frente, como a maior demanda por vacinação, testes de Covid e medicamentos, enquanto o e-commerce deve continuar a enfrentar maior volatilidade, especialmente frente ao aumento da competição e deterioração macroeconômica.
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