Opinião

Tim Maia entende mais sobre Fake News do que o STF?

18 abr 2019, 1:22 - atualizado em 18 abr 2019, 1:35
Toffoli teria criado um novo modelo de fake news? (Will Shutter/Câmara dos Deputados)

Qual é o maior problema para o Brasil: a “fake news” ou a “dumb news”?

Para começar, vamos definir o que é uma “notícia mentirosa”. A explicação mais comum utilizada hoje é fazer o uso de um texto jornalístico, ou que contenha alguns traços disso, para disseminar um fato que não é verdade.

Eu tenho uma outra explicação que também pode ser incluída nisso.

Alguns jornalistas de esquerda (já disse aqui que há uns 10 anos me perdi nesta definição ideológica do Brasil), por exemplo, não entendem nada sobre a reforma da Previdência e publicam notícias contrárias ao projeto.

Pois bem, se você não entendeu o fato e o reportou com base neste entendimento, parabéns! Você criou uma Fake News.

Já o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, que não é especialista em notícias, acha que fake news são “denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de ânimos caluniantes, difamantes e injuriantes”.

Veja que Toffoli, que deveria é mesmo entender sobre Justiça e Constituição, amplia bem o escopo da definição de fake news para além da disseminação da mentira e adentra ao campo da “honra” ou “calúnias”.

O próprio ministro, nesta quinta-feira (17), destacou que a liberdade de imprensa, por exemplo, não pode servir para “alimentar a desinformação”. É verdade, a liberdade de imprensa deve alimentar a informação.

Mas, ao associar uma reportagem da Crusoé que cita documentos já conferidos por outros veículos de imprensa, às “fake news”, Toffoli inaugura com a sua leitura equivocada sobre o que é a liberdade de expressão, na verdade, uma nova modalidade de “Fake News”: a “Dumb News”. E isso, como lembrava Tim Maia, é uma “Fake News” pura, pois cria desinformação.

Aqui está o que o STF não quer que você saiba: Veja trechos da reportagem da Crusoé

Cantou o poeta em sua fase mais lúcida, na faixa Universo em Desencanto do disco Racional: “Se a lição foi mal passada, quem aprendeu não sabe nada”.

Ou seja, o ministro alimenta a desinformação ao propagar a sua leitura errada da liberdade de expressão.

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