As ações que valem a pena no setor imobiliário, segundo o Safra
Apesar do cenário macroeconômico e a inflação na construção desafiarem a visão promissora para as construtoras brasileiras para esse ano, o Banco Safra elencou algumas ações do setor em 2025. As de baixa renda seguem como a tese preferida.
Na avaliação do analista que assina o relatório, Rafael Rehder, as construtoras devem manter níveis saudáveis de margem bruta, principalmente aquelas apoiadas por programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida (MCMV). Por não dependerem tanto do ambiente doméstico desafiador, elas se sobressaem e embutem riscos menores.
Com investidores buscando por empresas com lucros consistentes em meio a um período difícil no mercado brasileiro, a escolha do banco como “top pick” é a Cury (CURY3). Entre os motivos para tal escolha, estão os níveis mais fortes de margem bruta e conversão de caixa, que deve sustentar pagamentos de dividendos mais altos.
Ainda no segmento baixa renda, a Direcional (DIRR3) também aparece entre as principais escolhas do analista por conta da “excelente execução” da empresa, dividendos mais fortes sustentados por uma perspectiva de fluxo de caixa positivo e níveis de avaliação atraentes.
Já as construtoras de média e alta renda enfrentam questões um pouco mais complexas, uma vez que a taxa de juros mais alta coloca ainda mais pressão nas construtoras do nicho. Porém, Rehder vê “tendências micro favoráveis”, que não podem ser ignoradas, como a demanda ainda aquecida em São Paulo, onde o estoque está em níveis mais baixos desde fevereiro de 2020.
Nesse nicho, o Safra vê a Cyrela (CYRE3) também como uma de suas favoritas para 2025. A companhia tem desafiado os fundamentos da indústria com uma boa operação, enquanto suas ações estão sendo negociadas perto
de um mínimo histórico na relação preço e lucro, apesar das taxas de rentabilidade recordes.
Outras construtoras que são “compra”
O analista reitera ainda a recomendação de compara para as ações da Plano&Plano (PLPL3), Tenda (TEND3), Lavvi (LAVV3) e Moura Dubeux (MDNE3).
“Vemos a Plano & Plano sendo negociada a uma relação de preço e lucro atraente, enquanto combina crescimento sólido dos lucros, um balanço patrimonial sem alavancagem e fortes perspectivas de dividendos. Enquanto isso, acreditamos que a Tenda está mais próxima do que de implementar com sucesso sua reestruturação completa, acelerando seu processo de desalavancagem, dado o cenário de lucros melhorado”, avalia Rehde.
Já Lavvi e Dubeux, o analista diz que as empresas possuem níveis de estoque mais baixos e menor alavancagem, sustentando maiores índices de rentabilidade, o que as torna atrativas.
Ponto de atenção no setor imobiliário
Por outro lado, o Safra reavaliou as ações de sua cobertura e rebaixou a MRV (MRVE3). Embora o plano de redução da Resia deve dar frutos a longo prazo, ele já deve ter um grande impacto na empresa em 2025, enquanto sua maior alavancagem deve afetar seu poder de lucro.
A Even(EVEN3) também foi rebaixada para “neutro” por conta dos níveis mais altos de estoque e o pipeline de grandes desenvolvimentos de alto padrão que podem ter um impacto maior em seu balanço patrimonial e índices
de rentabilidade.
Já a Eztec(EZTC3), a recomendação “neutra” também foi mantida, devido aos níveis de estoque ainda altos e a perspectiva de ROE mais fraca na avaliação do banco.