ImóvelTimes

As ações que sofrerão mais, se o Copom subir a Selic além do previsto amanhã para conter a inflação

26 out 2021, 12:18 - atualizado em 26 out 2021, 12:18
Consumidor Consumo Comércio IPCA Inflação
Copom pode acelerar a alta Selic na quarta-feira para acompanhar disparada da inflação (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)

O IPCA-15 de outubro, prévia da inflação oficial, mudou o humor do mercado nesta terça-feira (26), com uma leitura bem acima da esperada: salto de 1,20%, maior alta para o mês desde 1995, conforme dados divulgados pelo IBGE.

“O IPCA-15 de outubro teve leitura significativamente acima do esperado, avançando 1.2%, acima da nossa estimativa de 1,06% e de 1% esperada pelo mercado. Mantemos a projeção de uma alta de 150 pontos base (bps) na taxa Selic na quarta-feira (27), mas com risco evidentemente altista”, comenta Felipe Sichel, estrategista-chefe do Modalmais (MOLD11).

O especialista destaca que os fatores responsáveis pela inflação estão se intensificando, o que enseja, por si só, um aumento mais intenso da taxa de juros para garantir convergência da inflação à meta.

O mercado, que ensaiava uma recuperação de lucros, seguindo o noticiário de possível privatização da Petrobras, ligou o modo de aversão ao risco.

Por volta das 12h06 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) cedia 1,23% aos 107.370,48 pontos. No mesmo instante, o dólar avançava 0,38% cotado em R$ 5,5770.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Curto prazo difícil 

Para Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos, a disparada do IPCA-15 de outubro alimenta o sentimento de que o Banco Central possa elevar o ritmo do aumento de juros nesta quarta-feira (26).

“Somado ao estresse com o teto de gastos, a inflação maior do que esperada pode elevar a Selic de 6,25% para além de 7,25% — como defendia antes a autoridade monetária, penalizando ainda mais o prêmio da renda variável no Brasil. Ações ligadas ao consumo e varejo, assim como o setor imobiliário devem sentir o maior impacto neste curto prazo”, afirmou o especialista ao Money Times.

A pressão no orçamento das famílias brasileiras faz com que os varejistas estejam menos otimistas com as vendas nesta Black Friday, bem como a procura por crédito imobiliário deve desacelerar com a escalada dos juros.

No leque de opções, o estrategista da RB Investimentos considera que os investidores podem diversificar neste momento tanto na renda fixa, com rendimentos mais atrativos e acima da inflação, quanto em ativos no exterior.

“Enquanto o Ibovespa amarga queda de quase 10% em 2021, o S&P 500 (SPX), índice que reúne as 500 maiores companhias dos Estados Unidos negocia em suas máximas históricas, valorização de mais de 20% no ano”, conclui Cruz.

IPCA: como proteger sua carteira da inflação?