Eleições 2018

As ações que sobem ou caem com Haddad e Bolsonaro; Veja relatório na íntegra

28 set 2018, 17:02 - atualizado em 28 set 2018, 17:08

A equipe de análise da Ativa Investimentos preparou um relatório (veja abaixo) sobre as Eleições 2018 com as perspectivas para as ações no caso de vitória de Fernando Haddad (PT) ou de Jair Bolsonaro (PSL), os dois mais prováveis participantes do 2º turno de acordo com as pesquisas eleitorais mais recentes.

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“O que podemos concluir é que a instabilidade política continuará a reinar em um curto/médio horizonte de tempo”, destaca a corretora. A equipe formada por Pedro Guilherme Lima, Vitor Carvalho, Filipe Fradinho, Otto Sparenberg e Pedro Borges lembra que Bolsonaro sofre forte rejeição por todas as suas declarações polêmicas envolvendo homofobia, porte de armas e direitos sociais.

“Já Haddad representa a continuação do comando do PT, um dos partidos responsáveis pela atual situação vivida no país, decorrente de 14 anos de gestão do partido, dentre os últimos 16 vividos pela sociedade brasileira”, pontuam.

Bolsonaro

O deputado federal é citado como tendo uma maior aceitação do mercado do que Haddad. “Podemos tirar essa conclusão por conta da reação do mercado dias depois de divulgações de pesquisas positivas para o deputado, além da grande alta do Ibovespa no dia em que o candidato sofreu o atentado, com os players precificando uma eventual redução em sua rejeição devido a comoção causada pelo ato”, lembram analistas.

O candidato tem como líder de sua equipe econômica Paulo Guedes, um dos fundadores do Banco Pactual e sócio fundador e diretor executivo da JGP. Ele preza pela menor interferência do Estado na economia.

“Apesar de todo seu histórico, existe certo receio do mercado quanto à manutenção da relação de Bolsonaro com seu “Posto Ipiranga”. Tanto a personalidade forte de ambos, quanto os antigos fundamentos defendidos por Bolsonaro, contrários às privatizações e outros posicionamentos de Guedes, são considerados possíveis riscos ao eventual mandato de JB”, ressaltam.

– Reformas

A Ativa destaca que Bolsonaro se posiciona a favor do teto de gastos, assim como a Reforma Trabalhista e da Reforma da Previdência. Além disso, tem meta ambiciosa em zerar o déficit primário já em seu primeiro ano de governo. No âmbito Corporativo, apesar de Paulo Guedes defender a privatização de todas as empresas, Bolsonaro afirma que privatizará somente aquelas que não possuem posição estratégica para o governo, ou seja, Petrobras (PETR4), Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil (BBAS3).

– Ações

A Ativa estima um grande upside para as ações da Petrobras. “Mesmo sem defender sua privatização, Bolsonaro é favorável a política de preços vinculada aos preços internacionais, sem maiores intervenções na governança da companhia”.  Ele também é Bolsonaro é favorável a menor intervenção governamental no setor elétrico e também a privatização das distribuidoras da Eletrobras (ELET3; ELET6).

As ações da fabricante de armas Forjas Taurus (FJTA4) também é apontada como uma beneficiada por sua eleição. “A empresa alavancaria sua base de clientes, com uma maior demanda por seus produtos. No entanto, vale ressaltar a grande alta das ações nos últimos meses, já precificando uma eventual posse de JB”, ressalta.

Além disso, o candidato também vê a necessidade de redução das cotas raciais e incentiva os investimentos no Ensino Básico e no Ensino à Distância (EAD). “Tanto a Kroton (KROT3) quanto a Estácio (ESTC3) possuem maiores exposições em relação ao EAD quando comparadas a Ser Educacional (SEER3) e a Ânima Educação (ANIM3), sendo mais beneficiadas. Além disso, a Kroton, após a conclusão da compra do SOMOS Educação (SEDU3), aumenta sua participação no Ensino Básico, também sendo favorecida neste segmento”, diz a Ativa.

Haddad

A Ativa destaca que, apesar de certa rejeição do mercado, uma eventual postura mais voltada para o centro traz a Fernando Haddad uma perspectiva menos negativa do que se se estimava no início das eleições. “Por possuir uma rejeição maior e propostas menos intervencionistas do que Ciro Gomes, por exemplo, a formação de um segundo turno entre Haddad e Bolsonaro foi, de certa maneira, bem vista pelos investidores”, pontua a corretora.

O petista se posiciona contra o teto dos gastos, com a intenção de revogar a medida. “Guilherme Mello, economista da equipe do PT, cita a medida como “aberração internacional” por tornar o governo incapaz de oferecer saúde e educação aos brasileiros. Mello, no entanto, apresenta grande rejeição por parte dos investidores”, destaca a Ativa. “O mercado também monitora o risco de uma eventual liberação do ex-presidente Lula”, destacam.

– Ações

Os analistas apontam que Haddad suspenderia a venda dos ativos da Petrobras, importante medida no processo de desalavancagem da companhia. “Além disso, também é contrário à privatização da Eletrobras e revogaria o acordo entre Embraer (EMBR3) e Boeing, demonstrando a grande intervenção do governo na economia, marco de sua campanha”, ressaltam.

Com uma possível desvalorização do real, empresas com alta correlação com a moeda podem se beneficiar da movimentação. “Dentre essas, empresas exportadoras como as do setor de papel e celulose Klabin (KLBN11), Fibria (FIBR3), Suzano (SUZB3) e a Vale (VALE3). A Embraer também possui alta correlação com a moeda, porém também sofreria com a intervenção do acordo com a Boeing, tornando-se complexa a mensuração do impacto da candidatura de Haddad na companhia.

Ele é  é favorável ao Fundo de Financiamento ao Ensino Superior e provavelmente destinará ao segmento maiores investimentos. Outra medida é reforçar o Bolsa-Família. O petista afirma que o programa traria um aumento de consumo nas famílias de baixa renda, essencial para a atividade econômica e geração de emprego.

“Neste caso, empresas de Construção Civil, com ênfase em moradias voltadas para as classes de mais baixa renda poderiam ser favorecidas, como por exemplo a MRV (MRVE3) e a Direcional (DIRR3)”, listam.

No setor financeiro o impacto pode ser grande. Haddad defende a proposta de taxação maiores aos Bancos que
possuem alto spread bancário, reduzindo as alíquotas para aqueles que praticam menores taxas. Sendo assim, tanto as ações dos bancos privados Itaú Unibanco (ITUB4), Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) quanto os estatais podem ser prejudicas.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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