Money Times Entrevista

‘O mais importante vem lá de fora’: As apostas da Western na Bolsa à espera das decisões de juros

18 set 2024, 13:09 - atualizado em 18 set 2024, 13:11

A Western Asset diz que segue otimista com as ações no Brasil por conta da expectativa pela redução da taxa básica de juros nos Estados Unidos. “O mais importante vem lá de fora”, diz o gestor de fundos da casa, Guto Leite, ao Money Times.

Nesta quarta-feira (18), o Fomc deve reduzir os juros em 0,25 ou 0,5 ponto percentual, enquanto no Brasil o Banco Central pode aumentar a Selic – em 0,25 ou 0,5 ponto percentual.

A Western defende que a economia dos Estados Unidos deve ter um “pouso suave”, caminhando para uma desaceleração, mas sem recessão – a dinâmica, acrescenta a gestora, seria positiva para os mercados emergentes.

No Brasil, diz Leite, o governo deve mostrar mais compromisso com as contas públicas para, justamente, conter um aumento ainda maior da Selic – que deve ser de 0,75 ponto até o final do ano, saindo os atuais 10,5% para 11,25%, segundo o Focus.

O gestor da Western conta que ainda vê não clientes demandando ajuste de portfólio. “A gente deve começar a ouvir a discussão de carteira para 2026 em breve”, diz. “Por enquanto ninguém quer aumentar ou diminuir risco”. 

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Quais ações a Western investe

A Western diz ver gigantes da bolsa beneficiadas pelo fluxo estrangeiro provocado pela redução de juros nos Estados Unidos. Em commodities, a gestora tem preferência pelo petróleo por conta do controle de oferta que a Opep pode fazer.

Prio (PRIO3) é nossa principal aposta, mas temos posição em Petrobras (PETR4)”, disse Leite. “Brava (BRAV3) é a aposta mais tática, mas que tem o maior potencial de alta”.

O gestor cita também a setores vistos como mais defensivos e de “fundamentos sólidos”, com Eletrobras (ELET3) e Sabesp (SBSP3). As privatizações recentes também são elemento de otimismo.

Itaú Unibanco (ITUB4) seria a melhor ação entre os bancos incumbentes brasileiros, segundo a Western. “Na nossa visão ainda tem carrego vindo de crescimento e de dividendos”, disse. 

Leite cita também ações que seriam “atacantes”, de maior potencial mas mais arriscadas, como Cyrela (CYRE3) e Cury (CURY3), que estariam, avalia, em momentos de forte lucro. “O valuation é atrativo e a execução é perfeita”, disse o gestor. 

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.