As ações da indústria que ganham e perdem com a Selic menor
A baixa visibilidade sobre a demanda ainda se sobrepõe sobre os efeitos positivos que a tendência de redução da taxa Selic pode trazer sobre as ações das empresas do setor industrial na Bolsa, aponta o Citi em um relatório enviado a clientes e assinado por Juan Tavarez. O banco aposta que o juro ainda possa cair 3 pontos percentuais, levando a taxa a 10% ao ano.
“Colocando de lado a potencial redução de risco no Brasil e focando apenas nas implicações para os lucros, a Iochpe Maxion (Compra) é a única ação sob nossa cobertura com um impacto líquido positivo dada a alta exposição de sua dívida a taxas de floating (-1pp impacta em +18% no lucro líquido)”, explica Tavarez.
Os outros papéis que têm recomendação de compra, mas que não ganham com a Selic em baixa são Mahle Metal-Leve (balanço saudável) e Tupy (valuation atrativo).
“O balanço da Mahle Metal Leve tem um impacto neutro/ insignificante nos movimentos da taxa de juros. Uma redução de 50 bps na taxa de juros gera um impacto líquido de R$900 mil (queda de 0,3% em relação ao lucro)”, calcula o banco.
Marcopolo
A fabricante de carrocerias para ônibus Marcopolo tem um impacto negativo de R$15,6 milhões para cada 50bps de corte na taxa de juros.
“Apenas 1% da dívida da empresa está exposta a taxas de floating no Brasil, enquanto quase 75% do seu caixa está alocado no Brasil”, aponta o Citi.
WEG, Tupy, Randon e Duratex
A situação também não melhora para as demais empresas analisadas no setor pelo Citi. “Cada 50 bps de redução dos juros impacta o lucro líquido estimado para 2017 em: WEG R$ 6,2 Milhões (-1,1%), Duratex R$ 0,5 milhão (-1,7%), Tupy em R$ 5,7 milhões (-3%) e Randon em R$ 3,2 milhões (queda de 3,4%)”, ressalta o banco.