As 5 principais notícias do mercado internacional desta terça-feira

O G7 está realizando uma teleconferência sobre o coronavírus, enquanto a recuperação global dos ativos de risco continua sem ser totalmente convincente.

O preço do petróleo sobe acentuadamente à medida que os ministros da Opep+ desembarcam em Viena para discutir novos cortes na produção.

E hoje é a Super Terça-feira na corrida pela indicação do Partido Democrata à Presidência dos EUA.

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na terça-feira, 3 de março.

1. G7 fala sobre os impactos econômicos do Covid-19

Os mercados mundiais estão prendendo a respiração para ver o que o G7 – grupo de países desenvolvidos que se esforçou ao máximo para se tornar irrelevante nos últimos anos com suas próprias divisões – pode oferecer em relação a uma coordenação de políticas econômicas de apoio diante do impacto do alastramento do coronavírus na economia.

Os relatórios da Newswire sugerem que os ministros das Finanças e os presidentes dos bancos centrais realizarão uma teleconferência sobre o assunto às 9h (horário de Brasília), após uma série de declarações individuais dos presidentes do Federal Reserve (EUA), do Banco do Japão, do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra, todos se comprometendo a manter os mercados financeiros em ordem e a adotar ações “apropriadas” para apoiar a economia.

Segundo a Reuters, o esboço do comunicado da teleconferência não deve mencionar medidas concretas ou coordenadas. No entanto, houve ação durante a madrugada: o Reserve Bank da Austrália reduziu sua taxa-chave para um novo recorde mínimo de 0,5%, enquanto a autoridade monetária da Malásia também cortou a taxa-base em 25 pontos-base, para 2,50%.

2. O salto global nos ativos de risco continua

A forte alta nos mercados acionários dos EUA na segunda-feira foi seguida durante a noite por ganhos nas ações asiáticas e europeias, apesar de preocupações persistentes de que a política monetária mais flexível – cujas expectativas de afrouxamento monetário são os principais responsáveis ​​pelo ensaio de retorno do otimismo – será de uso limitado no combate ao vírus.

Os principais índices de ações da China subiram entre 0,5% e 0,9%, enquanto as bolsas da Europa se recuperaram mais vigorosamente – a referência Stoxx 600 ganhou 2,2% às 09h00. Isso representa, no entanto, um pouco mais do que um retorno dos níveis que pareciam profundamente sobrevendidos no curto prazo.

Nos mercados de commodities, o petróleo bruto dos EUA – WTI – chegou a subir quase 4%, atingindo US$ 48,66 por barril, mas a alta diminuiu para 2,95% a US$ 48,13 por barril. O petróleo Brent, que chegou a subir mais 3% com máxima intradiária de US$ 53,77, também arrefeceu a alta para 2,58% a US$ 53,24.

As expectativas em relação a estímulo monetário e a um corte adicional na produção mundial de petróleo de até 1 milhão de barris por dia pela Opep e seus aliados – agrupados na Opep+ condicionam o ímpeto dos investidores pelos contratos futuros da commodity. Os ministros de energia da Opep+ estão se direcionando a Viena nesta terça-feira (03), antes de uma reunião marcada do cartel para quinta e sexta-feira.

3. Ações dos EUA devem continuar em alta

A recuperação das ações dos EUA deve continuar na abertura, na ausência de novos choques em relação à intensificação do surto de coronavírus.

Às 09h00, o contrato futuro do Dow 30 subia 203 pontos, ou 0,77%, enquanto o contrato futuro do S&P 500 tinha alta de 0,55% e o contrato futuro da Nasdaq 100 ganhava 0,87%. O futuro da Dow agora está 9,7% abaixo do pico anterior à liquidação proporcionada pelo surto na semana passada. No entanto,o mercado continua sob pressão e sob ceticismo em relação à sustentabilidade da recuperação.

O Covid-19 continua a se espalhar pelos EUA, com o estado da Geórgia relatando seus dois primeiros casos e o número total de casos confirmados subindo para 105. O número de mortos nos EUA permanece em seis, dos quais cinco estavam no mesmo lar de idosos em Seattle, no estado de Washington.

O sentimento está melhorando com sinais de retorno aos níveis normais de atividade econômica na China. A Hon Hai Precision, que monta o iPhone para a Apple (AAPL) , disse esperar que a “normalidade” de produção de suas fábricas chinesas seja retomada até o final de março.

4. Mester e Evans dão mais pistas sobre ação do Fed contra vírus

O calendário de dados para terça-feira é relativamente leve, com aparições das autoridades do Fed Loretta Mester e Charles Evans despertando provavelmente mais interesse do que os números de vendas de veículos ou o índice de Condições de Negócios de Nova York do Institute of Supply Management (ISM).

Da mesma forma, a atualização semanal do American Petroleum Institute sobre os suprimentos de petróleo dos EUA provavelmente será ofuscada pelo desenrolar dos eventos em Viena antes da reunião da Opep+.

Mais cedo, a inflação ao consumidor da zona do euro permaneceu em 1,2% em fevereiro, com o núcleo de preço – excluindo preços voláteis como os de energia – surpreendentemente subindo para o mesmo patamar. A taxa de desemprego na zona do euro permaneceu em um nível mínimo de 10 anos, a 7,4%.

Enquanto isso, o PMI de construção do Reino Unido subiu para uma máxima de 13,6 meses em 52,6, uma alta que foi praticamente perdida em torno do surto de coronavírus.

5. Super Terça-Feira das primárias democratas

A disputa pela indicação presidencial do Partido Democrata se afunila à medida que os eleitores de 14 estados – incluindo os principais estados da Califórnia e do Texas – vão às urnas nesta Super Terça-feira de votação.

O campo se estreitou essencialmente em quatro candidatos, depois que a senadora Amy Klobuchar e o ex-prefeito de South Bend Pete Buttigieg se retiraram da disputa e declararam apoio a Joe Biden, da ala moderada do partido e ex-vice-presidente durante os mandatos de Barack Obama (2009-2017).

Eleitores de Klobuchar e Buttigieg também devem votar em Biden. Além disso, a rejeição a Mike Bloomberg provavelmente dará a Biden uma chance ainda maior de se tornar o porta-voz dos democratas moderados. A outra grande questão do dia é até que ponto a senadora Elizabeth Warren pode prejudicar a liderança do senador por Vermont Bernie Sanders entre a ala de esquerda do partido.