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As 5 principais notícias do mercado internacional desta quinta-feira

05 mar 2020, 9:49 - atualizado em 05 mar 2020, 9:49
Europa mercados DAX
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quinta-feira, 5 de março (Imagem: REUTERS/Kai Pfaffenbach)

A Opep concordou, a princípio, em cortar 1,5 milhão de barris por dia de produção de petróleo em reação à demanda em colapso. O acordo ainda precisa da confirmação que a Rússia entraria a bordo.

O órgão global da indústria de viagens aéreas disse que as perdas de receita com o surto de coronavírus podem ser quase quatro vezes o que se pensava inicialmente, em US$ 113 bilhões.

A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou uma lei de gastos de US$ 8,3 bilhões para conter a propagação e tratar o coronavírus, mas os mercados ainda perderam o apetite ao risco durante a madrugada e as ações dos EUA estão a caminho de anular metade dos ganhos de quarta-feira.

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quinta-feira, 5 de março.

1. Opep estabelece grande acordo de corte de produção com a Rússia

Os ministros da Opep concordaram em reduzir a produção de petróleo bruto em mais 1,5 milhão de barris por dia dos níveis atuais, em um esforço para alinhar a produção à demanda em colapso.

O acordo, relatado pela primeira vez pela Reuters, está condicionado à cooperação da Rússia e de outros países. Os não membros da Opep, do chamado bloco Opep+, devem discutir as medidas em uma reunião na sexta-feira.

A Rússia tem pressionado para manter a produção estável durante o primeiro trimestre, apesar dos sinais cada vez mais óbvios de queda acentuada da demanda, com a intenção de impedir os EUA de obter maior participação no mercado global.

A produção dos EUA atingiu um recorde na semana passada e as exportações continuaram sua tendência crescente.

Os contratos futuros de petróleo dos EUA subiram cerca de 50 centavos após a divulgação do acordo.

Entretanto, os ganhos foram zerados durante a manhã de hoje, com o contrato futuro do petróleo dos EUA – WTI – negociado a US$ 46,63 por barril às 8h55, queda de 0,32% no dia, enquanto os futuros do Brent registravam perdas de 0,43% a US$ 50,91.

2. Câmara dos EUA aprova medidas de gastos contra Covid-19; Trump continua a subestimar doença

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que autoriza cerca de US$ 8,3 bilhões em gastos para conter e tratar o coronavírus nos EUA.

O número de casos confirmados nos EUA aumentou para 153, com 11 mortes registradas até agora, concentradas em um único condado do estado de Washington.

O presidente Donald Trump, que descreveu o coronavírus como uma farsa democrata e disse na semana passada que o número de casos em breve cairia de 15 para “um ou dois”, novamente minimizou os riscos para os americanos em uma entrevista à Fox News no final da quarta-feira.

3. Ações dos EUA devem abrir em baixa com retomada dos alertas globais

As ações dos EUA devem abrir em baixa acentuada, anulando cerca de metade dos ganhos da quarta-feira, enquanto os constantes alertas corporativos sobre o impacto do surto de Covid-19 lembrou os mercados das limitações das medidas como cortes nas taxas de juros.

Às 9h00 (horário de Brasília), o contrato futuro da Dow caiu 448 pontos ou 1,66%, enquanto o contrato futuro do S&P 500 perdeu 1,85% e o contrato Nasdaq 100 cedeu 1,84%.

Na Europa, o índice de referência Stoxx 600 reverteu os ganhos iniciais para uma queda de 1,38%, após alertas do coronavírus da fornecedora de peças automotivas Continental, que prevê queda na produção global de automóveis em até 5% este ano devido ao surto.

A grife Hugo Boss e a emissora do Reino Unido ITV também alertaram sobre o impacto nas receitas.

4. Iata soa alarme para as companhias aéreas novamente (mas muito mais alto)

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) elevou drasticamente sua avaliação do impacto econômico sobre o negócio de linhas aéreas do coronavírus.

A Iata afirmou em comunicado que agora vê perdas totais de receita este ano para a indústria em US$ 113 bilhões – quase quatro vezes sua estimativa anterior de US$ 29 bilhões.

As companhias aéreas nos grandes mercados da ÁsiaPacífico devem ser as mais atingidas, perdendo, provavelmente, US$ 50 bilhões em receita.

A associação estimou que a Europa poderá sofrer perdas de até US$ 44 bilhões, enquanto o impacto nos EUA e no Canadá provavelmente será menor, de apenas US$ 21,1 bilhões.

Por outro lado, a Iata disse que a economia com os preços mais baixos dos combustíveis provavelmente não será superior a US$ 28 bilhões e, de qualquer maneira, será parcialmente adiada devido a hedge.

“O setor de transporte aéreo precisará de consideração para obter alívio nos impostos, taxas e alocação de slots. São tempos extraordinários ”, disse Alexandre de Juniac, chefe da Iata.

Na quarta-feira, a maior companhia aérea regional da Europa, Flybe – que já luta com questões de rentabilidade há um bom tempo – entrou em colapso depois que o governo do Reino Unido recusou um plano de resgate.

5. Bens duráveis, pedidos iniciais de seguro-desemprego e ganhos no varejo em foco

Em um dia claro para os dados, os pedidos de bens duráveis ​​dos EUA para fevereiro serão divulgados às 13h00. Antes disso, também haverá a divulgação dos números semanais dos pedidos iniciais de seguro-desemprego. Costco e Kroger dominam um cronograma de lucros hoje.

Os mercados já estão precificando ações adicionais do Federal Reserve em sua reunião de março, embora o presidente do Fed de St Louis, James Bullard, tenha minimizado essas esperanças em uma entrevista à Bloomberg na quarta-feira.

O presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, deve falar às 20h30 em uma das últimas apresentações antes do início do tradicional blecaute que antecede as reuniões do Fed. Na Europa, Andy Haldane, economista-chefe do Banco da Inglaterra, deve falar às 11h00, sob expectativa de um corte na taxa de juros na próxima reunião do BoE.