Bradesco

As 12 ações para ganhar com a retomada, segundo 4 analistas independentes

12 maio 2017, 19:09 - atualizado em 05 nov 2017, 14:04

Mercados

A economia brasileira está preparada para retomar o crescimento após 11 trimestres de PIB negativo e deixar para trás a maior recessão de sua história. Agora, segundo estimam os analistas e economistas, o país poderá voltar a crescer. É o que deve revelar o IBGE em 1º de junho, quando irá publicar os dados do primeiro trimestre.

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O Money Times perguntou a quatro casas de análise independentes sobre quais seriam os três melhores investimentos para ganhar com a recuperação do país considerando um prazo de dois anos, cuja estimativa no relatório Focus do Banco Central – que une o consenso do mercado – é de 0,47% em 2017 e 2,5% em 2018.

A surpresa é que cada um dos consultados, Eleven Financial, Suno Research, Upside Investor e WhatsCall, trouxe indicações diferentes, o que tornou o levantamento ainda mais interessante ao formar uma espécie de “carteira da recuperação” com 12 alternativas pensadas para as áreas da economia e empresas mais bem preparadas para captar o máximo deste momento.

Carteira da Recuperação
Eleven Financial Portobello (PTBL3), Springs Global (SGPS3) e Movida (MOVI3)
Suno Research Fundo Imobiliário CSHG JHSF Prime Offices (HGJH11), Multiplus (MPLU3) e Energias do Brasil (ENBR3 )
Upside Investor Gerdau (GGBR3; GGBR4), Natura (NATU3) e Bradesco (BBDC3; BBDC4)
WhatsCall Research Randon (RAPT4), Klabin (KLBN11) e Usiminas (USIM3; USIM5)

Veja, abaixo, a justificativa para cada recomendação:

Eleven Financial

Portobello (PTBL3): O analista André Prates ressalta que a Portobello – que trabalha com revestimentos cerâmicos -, além de vantagens competitivas muito interessantes como marca forte e canais de distribuição eficiente que abrange quase a totalidade do país, funciona como uma segunda derivada da recuperação das empresas de construção civil, diretamente beneficiadas pela redução dos juros, sem incorrer no risco individual de nenhuma construtora.

“Recentemente foi sancionada a lei do programa que incentiva famílias das classes C e D a reformarem suas casas – com consequência direta em sua marca Pointer, de menor valor agregado, e (2) mesmo durante a crise o canal de exportação cresceu bastante, servindo como atenuante da retração econômica interna”, afirma Prates.

Springs Global (SGPS3): A analista Giovana Scottini vê a companhia consolidada no varejo com marcas próximas ao consumidor e com a estratégia baseiada no crescimento via franquias, principalmente da marca Artex, alinhando ganho de rentabilidade e liberação de capital empregado. Segundo Giovana, o aumento do número de lojas busca velocidade na expansão do volume de vendas, resultando em melhores margens consolidadas, dada a característica de custos fixos com grande potencial de diluição por escala.

“Assim, com a retomada da economia, a procura pelas franquias da marca aumenta e a tendência de vendas é de melhora, colaborando para a consolidação da estratégia da companhia. Além disso, a queda na taxa de juros alivia despesas financeiras. O quadro iminente de um ciclo de redução na taxa Selic cumprirá papel importante no ciclo de desalavancagem da companhia”, explica.

Movida (MOVI3): O estrategista-chefe Adeodato Netto vê na Movida um caso de crescimento puro, com avanço da receita a taxas muito elevadas mesmo durante a crise, potencial de upside relevante pelo próprio desenvolvimento orgânico da empresa.

“A realidade macroeconômica expôs os players menores e regionais às fragilidades de seus portes reduzidos em combinação com a retração na demanda e no próprio crédito corporativo, permitindo ganho de market share relevante no período. Nessa nova realidade, a retomada da atividade irá beneficiar a companhia tanto pela via de expansão de margens como pela rápida desalavancagem natural em uma empresa em processo de crescimento”, avalia.

Suno Research

O sócio-fundador da Suno Research, Tiago Reis, vê uma retomada lenta da economia, mas ainda assim aponta para oportunidades em empresas menos alavancadas. “As que estão muito alavancadas, como a as construtoras, precisariam de uma retomada mais forte. Preferimos as que se beneficiam do crescimento e não tem muito risco no balanço”.

Fundo imobiliário CSHG JHSF Prime Offices (HGJH11): Segundo Reis, os fundos imobiliários são uma boa porque não tem dívida. Ainda operam com vacância, ressalta, mas estão preparados para o crescimento e, quando isso acontecer, será “receita na veia”.

“O HGJH11 É uma propriedade muito boa em uma das melhores ruas de São Paulo e que vai se beneficiar com a retomada econômica, ainda que lenta. O investidor pode capturar a rentabilidade enquanto essa recuperação lenta ocorre”, avalia.

Multiplus (MPLU3): A Multiplus, avalia Reis, ainda está um pouco mais barata que a Smiles, porém distribui muito mais dividendos. “É uma história de consumo. Hoje ela está barata e em um segmento que tem tudo para crescer nos próximos anos, que é a fidelidade. Ela e a Smiles estão muito bem posicionadas. É uma das empesas mais rentáveis na Bolsa em retorno (ROE), gera caixa e cresce distribuindo dividendos. A empresa dobrou de tamanho nos últimos cinco anos e está distribuindo 100% dos lucros”, avalia.

Energias do Brasil (ENBR3): A empresa se beneficia da retomada porque as distribuidoras ganham mais do que outros segmentos no setor. “O consumo cresce marginalmente e captura parte da melhoria da economia – o Brasil ainda tem muitas pessoas para comprar ou trocar produtos da linha branca. Além disso, a inadimplência irá cair”, argumenta.

Upside Investor Research

Para Pedro Galdi, analista da consultoria, as as ações que foram mais prejudicadas pelo baixo crescimento econômico dos últimos anos, podem ser as que mais podem se beneficiar no cenário de recuperação econômica.

Gerdau (GGBR3; GGBR4): “A Gerdau é uma empresa que pode se beneficiar neste momento de recuperação, capturando investimentos em infraestrutura. Entretanto, é uma ação de risco mais elevado”.

Natura (NATU3): “Para o investidor de perfil intermediário, Natura pode ser uma opção. A empresa teve seus resultados bastante retraídos nos últimos anos por conta da renda em queda e desemprego em alta, e beleza não é um artigo de primeira necessidade em épocas de crise. Assim, Natura pode ser a ação que captura o aumento de retomada do emprego que acontecerá nos próximos meses e anos”.

Bradesco (BBDC3; BBDC4): “Por fim, para o investidor mais avesso a risco, bancos podem ser uma aposta interessante, como Bradesco que pode apresentar resultados melhores com queda da inadimplência e expansão do crédito que também deve ocorrer em algum momento nos próximos meses”, finaliza Galdi.

WhatsCall Research

Randon (RAPT4): Os analistas Flávio Conde e Fernando Bresciani avaliam que a empresa será beneficiada porque com a retomada da economia as empresas venderão mais e as transportadoras, muitas vezes, precisarão trocar os caminhões.

Klabin (KLBN11): A Klabin, argumentam os analistas, está posicionada em um lugar parecido ao da Randon. “Com a produção crescendo, as empresas precisam vender e entregar. E a Klabin vende as embalagens. Ela está barata e não subiu tanto quanto a Suzano e a Fibria. Além disso, a empresa terminou a sua fábrica de celulose a agora vai gerar caixa e diminuir o endividamento”, ressaltam.

Usiminas (USIM3; USIM5): Por fim, a WhatsCall chama a atenção para a recuperação na venda de automóveis, setor para o qual a Usiminas vende boa parte dos seus produtos.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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