As 10 principais criptomoedas: o que mudou nos últimos sete anos?
Embora a alternância da liderança seja algo esperado em uma área tecnológica em estágio inicial, uma comparação dos principais criptoativos de hoje com os de 2018 e 2013 também serve como um lembrete a investidores em altcoins (criptomoedas alternativas ao bitcoin) de quão voláteis são suas posses e como é importante que exista uma comunidade comprometida e casos de uso do mundo real para a sobrevivência a longo prazo nas principais classificações.
Os dez principais criptoativos em 2013
Pensando em 2013, não é surpresa que o bitcoin (BTC) era o primeiro na lista dos dez principais criptoativos medidos por capitalização de mercado (e em qualquer outra métrica).
É uma posição que o bitcoin manteve, desde a época em que surgiu sua primeira adversária — namecoin — ter sido lançada em 2011 e até hoje.
A lista de outros dez principais criptoativos de sete anos atrás inclui alguns nomes familiares, mas também havia diversas moedas que muitos dos que entraram mais recentemente ao universo cripto nunca ouviram falar.
Os dez principais criptoativos em 1º de setembro de 2013 eram bitcoin, litecoin (LTC), ripple (XRP), namecoin (NMC), peercoin (PPC), feathercoin (FTC), novacoin (NVC), primecoin (XPM), terracoin (TRC) e infinitecoin (IFC).
Além do bitcoin, litecoin e ripple continuaram entre os principais criptoativos ao longo de sua existência.
O quarto maior criptoativo em 2013 era Namecoin, a primeira altcoin, lançada em 2011, para permitir o armazenamento de dados no blockchain e desenvolver um sistema de nomes de domínio (DNS) seguro e descentralizado.
Na época, namecoin tinha uma capitalização de mercado de quase US$ 3 milhões e era negociado a US$ 0,57.
Namecoin sobreviveu os últimos cinco anos, mas saiu do radar de investidores e entusiastas cripto — atualmente, está classificada em 650º na tabela de capitalização de mercado da Brave New Coin (BNC) com uma capitalização de cerca de US$ 6 milhões a um preço de US$ 0,43.
Em quinto lugar, estava peercoin, o primeiro criptoativo do mundo a adotar um mecanismo proof-of-stake (PoS) junto com proof-of-work (PoW).
Peercoin foi lançada em 2012 como uma alternativa mais escalável e energicamente eficiente as criptoativos existentes. Porém, não conseguiu atrair uma comunidade ativa que impulsionasse o projeto.
Na época, peercoin valia US$ 0,17 e tinha uma capitalização de mercado de US$ 3,6 milhões. Em 2018, peercoin estava em 125º lugar, com uma capitalização de mercado de US$ 37 milhões e um preço de US$ 1,33.
Hoje em dia, está em 570º lugar, com uma capitalização de mercado de US$ 7,5 milhões e é precificado em US$ 0,28. Parecido com a namecoin, peercoin sobreviveu, mas falhou em obter atenção dos investidores.
Feathercoin, lançada em abril de 2013, era uma bifurcação (ou “fork”) da litecoin.
Seu principal atrativo era ser “dez vezes mais rápida do que o bitcoin” por conta de seus intervalos entre blocos de 60 segundos e algoritmo de hashing NeoScrypt. Na época, FTC tinha uma capitalização de mercado de US$ 2,2 milhões e era negociado a US$ 0,15.
Hoje, apesar de sua capitalização de mercado ser quase a mesma (US$ 2,1 milhões), sua posição caiu para além do 800º lugar e seu preço caiu para US$ 0,0095. Outras que também desapareceram foram novacoin, primecoin, terracoin e infinitecoin.
Embora esses “anjos caídos” não tenham muito interesse dos investidores, alguns ainda são minerados e isso pode resultar em volumes de negociação diários — apesar de pequenos — mesmo se suas equipes de desenvolvimento não estiverem mais trabalhando ativamente para melhorar seus ativos.
Os dez principais criptoativos em 2018
O top 10 de 2018 era composto por bitcoin, ether (ETH), ripple, bitcoin cash (BCH), EOS (EOS), stellar (XLM), litecoin, tether (USDT), cardano (ADA) e monero (XMR) — todas existem hoje em dia, apesar de nem todas estarem no top 10.
É evidente que, desta lista, o setor de criptoativos amadureceu bastante nos cinco anos entre 2013 e 2018.
Enquanto em 2013 as altcoins eram basicamente clones do bitcoin com um pouco a mais a oferecer do que maiores velocidades de transação e baixas taxas, em 2018, tinham bem mais a oferecer, variando entre a funcionalidade de contratos autônomos e atuando como uma camada transacional para a Internet das Coisas (IoT) à possibilidade de pagamentos anônimos.
Os dez principais criptoativos em 2020
O top 10 deste ano está bem mais próximo à versão de 2018 do que a versão de 2013 estava de 2013. Uma mudança interessante é que ambas as bifurcações do Bitcoin Cash sobreviveram à sua divisão incerta em 2018 e estão no top 10 — mas não saíram ilesas.
Em setembro de 2018, a capitalização de mercado do Bitcoin Cash era de US$ 10,9 bilhões. Hoje, a capitalização de mercado tanto do Bitcoin Cash como do Bitcoin Satoshi Vision (BSV) estão em cerca de US$ 8,7 bilhões — uma queda de quase 20%.
Em comparação à capitalização de mercado do Bitcoin e da Ethereum no mesmo período, ambos aumentaram 705 e 62%, respectivamente.
Monero não está entre os dez principais criptoativos e, apesar de ser um favorito para a comunidade com foco em privacidade, provavelmente nunca terá adesão de investidores corporativos ou institucionais que estão se tornando cada vez mais importantes conforme o setor cripto amadurece.
A capitalização de mercado do monero está em US$ 1,6 bilhão — 24% abaixo da capitalização em setembro de 2018. Também fora do top 10 está stellar — em 14º lugar.
O protocolo de pagamentos Stellar continua sem muita atenção por conta da Ripple e teve uma queda de 52% em sua capitalização de mercado desde 2018 e agora está com apenas US$ 2 bilhões.
Exceto pelas duas variantes do bitcoin cash, o único acréscimo completamente “novo” ao top 10 em 2020 é Chainlink (LINK).
Rede descentralizada de oráculo criada na Ethereum, o caso de uso atrativo da Chainlink, a ativa comunidade de desenvolvedores e fluxo de anúncios impressionantes de parcerias em 2020 fez o preço do token LINK disparar 800%, de US$ 1,77 para US$ 16,62, desde o dia 1º de janeiro.
Embora as mudanças à lista de dez principais criptoativos entre 2018 e 2020 não foram tão gritantes quanto 2013 e 2018, algumas coisas são certas.
A primeira é que Chainlink mostrou é que uma tecnologia atrativa com usuários entusiasmados do mundo real pode “surgir do nada” e garantir uma posição no top 10.
A segunda é que esses ativos que passaram pelo teste do tempo provavelmente têm o potencial de continuar a fazê-lo e oferecer uma adesão mais defensiva aos portfólios cripto.
Bitcoin e Ethereum se encaixam nessa categoria, conforme a capitalização de mercado de ambos aumentaram significativamente nos últimos dois anos.