Arroba bovina recua com frigoríficos fora dos negócios por coronavírus
As cotações da arroba bovina recuaram nesta terça-feira em importantes praças do país, pressionadas pela menor demanda por carne e a ausência de frigoríficos nas negociações, em meio às consequências da pandemia de coronavírus que resultaram em paralisações em algumas unidades.
O Indicador do Boi Gordo Cepea/B3 caiu 2,59% na variação diária, para 199,40 reais por arroba. No comparativo mensal, a baixa foi de 1,16%, segundo o indicador, uma média de praças do Estado de São Paulo.
Alguns frigoríficos estão suspendendo abates de bovinos como medida preventiva contra a transmissão do coronavírus e também por problemas logísticos decorrentes de estratégias de controle do vírus adotadas na China e que afetam as exportações.
A Minerva (BEEF3) anunciou nesta terça-feira que operações de abate serão suspensas em quatro unidades.
Já a JBS (JBSS3) disse na véspera que vem monitorando os reflexos do coronavírus no mercado e admitiu que “avalia a implantação de férias coletivas exclusivamente em algumas das suas unidades de processamento de bovinos no Brasil”.
Segundo analistas ouvidos pela Reuters, a ausência de players importantes no mercado, ainda que temporária, deve pressionar a arroba em algumas das principais praças pecuárias, como Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul.
No mercado interno, a redução da alimentação fora de casa, atendendo à orientação do governo de que a circulação nas ruas ocorra somente quando necessário, também prejudica a demanda por proteína e contribui para o viés negativo de preços em toda a cadeia.