Economia

Arrecadação federal cai 32,92% em maio, a R$ 77,4 bilhões

23 jun 2020, 14:59 - atualizado em 23 jun 2020, 16:51
Dinheiro Real
Este foi o pior desempenho para o período desde o início da série histórica divulgada pela Receita (Imagem: Pixabay)

A arrecadação do governo federal teve queda real de 32,92% em maio sobre igual mês do ano passado, a 77,415 bilhões de reais, divulgou a Receita Federal nesta terça-feira.

Este foi o pior desempenho para o período desde 2005, com a série histórica divulgada pela Receita tendo início em 2002. No entanto, o resultado veio acima da expectativa de arrecadação de 69,9 bilhões de reais, segundo pesquisa Reuters com analistas.

De janeiro a maio, a arrecadação acumulada teve recuo de 11,93% sobre o mesmo período do ano passado, em termos reais, a 579,708 bilhões de reais.

Em relatório, a Receita disse que o desempenho no mês foi afetado principalmente pelos diversos diferimentos concedidos em meio à pandemia do coronavírus.

Em função da crise, o governo permitiu o atraso no pagamento de uma série de tributos para dar alívio de caixa às empresas e famílias. Em maio, esse diferimento afetou negativamente a arrecadação em 29,920 bilhões de reais.

Há dúvidas sobre a viabilidade da cobrança dos impostos diferidos ainda neste ano, em meio à profunda queda no Produto Interno Bruto (PIB) esperada com o surto de Covid-19.

Em coletiva de imprensa, o chefe do centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, afirmou que, caso haja uma recuperação da atividade econômica no segundo semestre aos patamares anteriores ao da crise econômica, as empresas terão condições de recolher os valores diferidos.

A redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as operações de crédito, outra medida tomada no âmbito do enfrentamento à crise, respondeu por uma diminuição de 2,351 bilhões de reais na arrecadação no mês de maio.

Questionado sobre as perspectivas para os dados da arrecadação no mês de junho, Malaquias pontuou que o resultado dependerá em grande medida do impacto da reabertura da economia.

“Nós precisamos esperar e ver os números da arrecadação para a gente verificar e identificar o que vai acontecer no mês que vem com a arrecadação e com essas medidas de retomada. Pode acontecer que não aconteça nada, ou nada significante, porque nem sempre a reabertura das atividades econômicas pode significar uma retomada da atividade econômica”, disse.

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