Argentina vê pedido alemão de viagem às Malvinas como apoio a reivindicação de soberania
A empresa aérea alemã Lufthansa pediu ao governo argentino uma permissão para sobrevoar o país rumo às Malvinas, informou a Argentina na quinta-feira, acrescentando que o pedido implica um reconhecimento das Malvinas “como parte do território argentino”, disse o Ministério das Relações Exteriores.
Separadamente, a Lufthansa disse que fez a solicitação para dois voos de apoio a uma expedição de pesquisa polar porque a rota normal via Cidade do Cabo foi suspensa devido à pandemia de coronavírus.
Argentina e Reino Unido disputam há tempos a posse das Malvinas — há décadas a primeira reivindica a soberania das ilhas sob controle britânico, chamadas de Falklands, o que provocou uma guerra curta em 1982.
O governo argentino disse que a Lufthansa pediu permissão para dois voos que devem levar cientistas e apoio logístico de Hamburgo a Mount Pleasant, nas Malvinas, onde continuarão a bordo do navio “Polarstern” rumo à Antártida para realizar pesquisas sobre a mudança climática.
Os dois voos de 15 horas estão agendados para 1º de fevereiro e 30 de março.
No último ano, a Argentina renovou o ímpeto para se reapossar das Malvinas, indicando um ministro para o território, dizendo que reformulará mapas que enfatizam sua reivindicação para serem usados em escolas e fazendo pressão na Organização das Nações Unidas (ONU).
O governo alemão não respondeu de imediato a um pedido de comentário da Reuters.