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Argentina vai acabar com meta de inflação e emissão de moeda

26 set 2018, 21:48 - atualizado em 26 set 2018, 21:48
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O novo presidente do Banco Central da Argentina, Guido Sandleris, anunciou hoje (26) o fim da meta de inflação – estimada em 15% para 2018 –  e de emissão de moeda. O pacote argentino prevê ainda a possibilidade de intervenção no câmbio. Sandleris chamou o conjunto de decisões de Novo Plano Monetário.

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O pacote das novas medidas foi divulgado após a concessão do segundo empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) ampliado em mais US$ 7,1 bilhões, totalizando US$ 57,1 bilhões.

Em entrevista coletiva no começo desta noite, Sandleris afirmou que a intervenção no câmbio só ocorrerá se a cotação do dólar alcançar menos de 34 pesos ou mais de 44 pesos. Ele definiu esta faixa como “zona de não intervenção cambial”. Se necessário, serão injetados pelo governo US$ 150 milhões por dia.

O presidente do Banco Central ressaltou ainda que o esforço do governo argentino será para zerar o déficit e reduzir a inflação.

Valores

O acordo prevê o empréstimo total US$ 57,1 bilhões até o fim do ano que vem. Os valores dos desembolsos vão passar de US$ 6 bilhões para US$ 13,4 bilhões, em 2018; e de US$ 11,4 bilhões para US$ 22,8 bilhões, em 2019.

Esse é o segundo acordo fechado pela Argentina com o FMI em três meses. Os detalhes foram negociados pela pela diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, o ministro da Economia argentino, Nicolás Dujovne, e o novo presidente do Banco Central, Guido Sandleris. O acordo foi anunciado em Nova York, nos Estados Unidos.

Segundo o ministro Dujovne, o valor do empréstimo é suficiente para cobrir as obrigações do país em dois anos. O dinheiro será desembolsado automaticamente, na medida em que o governo argentino cumprir as metas estabelecidas, como zerar o déficit no ano que vem.

Histórico

Em junho, a Argentina recorreu ao FMI, pela primeira vez em 13 anos, sob o argumento que precisava de dinheiro para frear a disparada do dólar. O Fundo emprestou US$ 50 bilhões. Os recursos, conforme negociação, seriam liberados em etapas até 2022.

Em contrapartida, o governo argentino se responsabilizaria por equilibrar suas contas e não gastar mais do que arrecada. Um mês depois, a Argentina sofreu outra crise cambial e teve de pedir ao FMI para rever o acordo e antecipar os desembolsos. Em troca, prometeu fazer um ajuste interno ainda maior e zerar o deficit fiscal em 2019 – ano eleitoral.

Ontem (25), em meio às negociações, o então presidente do Banco Central, Luis Caputo, renunciou, após três meses no cargo. O sucessor Sandleris assumiu a responsabilidade de anunciar os detalhes deste segundo acordo com o FMI.

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