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Argentina suspende registro de exportação de óleo de soja e farelo

14 mar 2022, 10:39 - atualizado em 14 mar 2022, 10:39
Plantio de soja na Argentina
A decisão da Argentina, o maior exportador global de farelo e óleo de soja, provavelmente vai agitar o mercado mundial de soja, que viu os preços dispararem com a invasão russa à Ucrânia (Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

A Argentina suspendeu o registro de vendas de exportação de óleo e farelo de soja, disse o governo do país sul-americano em comunicado no domingo, atraindo rápida condenação da indústria do maior exportador mundial de produtos processados ​​de soja.

A medida interrompe as vendas e exportações da safra 2021/22, embora os embarques físicos não tenham sido iniciados porque não houve colheita.

A decisão da Argentina, o maior exportador global de farelo e óleo de soja, provavelmente vai agitar o mercado mundial de soja, que viu os preços dispararem com a invasão russa à Ucrânia.

As exportações médias mensais da Argentina ficaram em 1,5 milhão de toneladas de farelo e 300.000 toneladas de óleo de soja em 2021, segundo a agência marítima NABSA.

O país deverá responder por 41% das exportações globais de farelo de soja e 48% das exportações mundiais de óleo de soja na safra 2021-22, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA.

O subsecretário de mercados agrícolas disse em comunicado que os registros de exportação de óleo de soja, farelo de soja e outros produtos relacionados serão imediatamente interrompidos, uma medida que ocorre antes da colheita de 2021/22, que começa dentro de algumas semanas.

Cerca de 5 milhões de toneladas de óleo de soja e outros subprodutos de soja da campanha 2021/22 até agora foram formalmente registrados para exportação, mostraram dados do governo.

A câmara local de processadores e exportadores de oleaginosas CIARA, que representa a indústria, disse que o governo encerrou o registro de exportação porque, segundo a câmara, queria aumentar as tarifas “em dois pontos” sobre as exportações.

“É totalmente contrário ao interesse exportador da Argentina”, disse a câmara no Twitter.

“Além de ilegal, afetará a renda de divisas e o emprego na cadeia agroindustrial.”

A declaração do governo não fez menção às tarifas de exportação, embora estas tenham sido um ponto de tensão entre agricultores e exportadores.

O governo, lutando contra altas dívidas, precisa da receita em dólar e das receitas tributárias das vendas de soja, principal produto de exportação da Argentina.

As exportações de óleo de soja e farelo da Argentina são atualmente tributadas em 31%. A safra de soja 2021/22 do país está estimada entre 40 milhões e 42 milhões de toneladas, embora tenha sido duramente atingida pela seca no início do ano.

Traders de soja disseram que a interrupção repentina nos fornecimentos argentinos direcionará os importadores para os Estados Unidos e o Brasil para suprimentos de reposição.

“Os compradores não têm escolha a não ser reduzir o consumo ou buscar fontes alternativas de suprimentos”, disse um trader de Cingapura.

“Esperamos uma demanda maior por farelo dos EUA. No Sudeste Asiático, compradores como Indonésia, Malásia e Tailândia dependiam fortemente do farelo argentino.”

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