Argentina: Quem é Luis Caputo, futuro ministro da Economia de Javier Milei
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, confirmou o nome de Luis Caputo, como futuro ministro da Economia em seu governo. Eleito no final de novembro, Milei toma posse no dia 10 de dezembro.
A confirmação veio nesta quarta-feira (29), durante uma entrevista a uma rádio. Em sua fala, Milei chamou Caputo de seu “ministro da Economia” e confirmou o cargo. Apesar de não ter sido confirmado oficialmente pelo gabinete do futuro presidente, esta é a primeira vez que o presidente eleito se refere a Caputo desta forma.
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Quem é Luis Caputo?
Luis Caputo, de 58 anos, é ex-presidente do banco central e ex-ministro da Economia na gestão de Mauricio Macri. Antes de ingressar na vida pública, ele chefiou a mesa de trading para América Latina do JPMorgan e foi presidente do Deutsche Bank na Argentina.
O economista chegou ao governo com a eleição de Macri. Seu primeiro posto foi o de ministro da Economia, mas assumiu o Banco Central, após a renúncia de Federico Sturzenegger. Para enfrentar a aceleração da inflação e a forte desvalorização do peso, que chegou a cair 15% em um único dia frente ao dólar, Caputo elevou a taxa básica de juros da Argentina de 45% para 60% – à época, o recorde mundial.
A passagem de Caputo pelo Banco Central, contudo, foi de apenas três meses, entre junho e setembro de 2018. Desgastado pelas negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional) em torno de um novo pacote de ajuda, ele surpreendeu o mercado e Macri ao renunciar, alegando “razões pessoais”. Na ocasião, as conversas com o FMI ainda estavam em curso.
O que o novo ministro da Argentina irá enfrentar?
Caputo chega ao cargo em um momento delicado no país, que vive uma das suas piores crises, com uma inflação de mais de 140% ao ano. Além disso, as propostas de Milei durante a sua campanha eleitoral são ousadas.
Milei é um economista ultraliberal, logo entre as suas principais bandeiras estão a dolarização da Argentina e fim da moeda local, o peso. Além disso, ele quer fechar o Banco Central.
Ainda do lado econômico, ele pretende diminuir o tamanho do Estado, cortar gastos com aposentadorias e pensões, avançar com privatizações de empresas públicas e promover reformas tributária e trabalhista.
*Com Márcio Juliboni