Internacional

Argentina prorroga prazo de dívida de US$ 65 bilhões até 22 de maio

11 maio 2020, 9:53 - atualizado em 11 maio 2020, 13:57
Bandeira argentina no topo da Casa Rosada, em Buenos Aires
A Argentina está correndo para renovar dívidas insustentáveis em meio a uma recessão econômica dolorosa (Imagem: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

A Argentina disse prorrogará as negociações sobre uma proposta de reestruturação da dívida de 65 bilhões de dólares até 22 de maio, afirmou o governo no diário oficial nesta segunda-feira, preparando o terreno para negociações tensas de última hora conforme o país corre para evitar um default.

O novo prazo — que ocorre após o vencimento de uma proposta inicial na sexta-feira e que não teve o apoio necessário para um acordo abrangente — significa que a oferta expirará no mesmo dia em que a pode desencadear um default de 500 bilhões de dólares em pagamento de juros.

A Argentina está correndo para renovar dívidas insustentáveis em meio a uma recessão econômica dolorosa, inflação alta e custos de empréstimos cada vez mais caros, já que as preocupações com um possível nono default soberano abalaram os investidores e atingiram os preços dos títulos.

As negociações, no entanto, não têm sido simples, com três grandes grupos de credores rejeitando a proposta inicial e pressionando por melhores termos. Autoridades argentinas disseram que o país não pode pagar mais, apesar de estar aberto a contrapropostas.

Martín Guzmán
O Ministério da Economia da Argentina afirmou que estendeu o prazo para “aumentar a participação” (Imagem: REUTERS/Mariana Greif)

“Claramente, os dois lados estão jogando duro”, disse a Capital Economics em nota divulgada nesta segunda-feira, acrescentando que as negociações provavelmente se arrastarão, especialmente com o crescimento global da pandemia de coronavírus.

“O governo está enfrentando demandas crescentes à medida que a crise da saúde continua”, afirmou. “Consequentemente, taxas de retorno dos detentores de títulos estrangeiros em torno de 30% parecem cada vez mais prováveis.”

Os analistas calculam que a oferta atual, que inclui um hiato de pagamento de três anos, grandes reduções nos cupons e adiamento dos vencimentos para 2030 e além, atinge um valor líquido de cerca de 30% a 35%.

O Ministério da Economia da Argentina afirmou que estendeu o prazo para “aumentar a participação” depois de avaliar a oferta atual. O governo não disse qual foi o nível exato de suporte que essa oferta conseguiu.

(Atualizada às 13h57)

 

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