Internacional

Argentina precisa de clareza nas políticas públicas para revigorar economia, diz FMI

29 jan 2020, 16:53 - atualizado em 29 jan 2020, 16:53
As negociações com o FMI são fundamentais, já que a Argentina espera evitar a inadimplência em meio a uma queda da moeda (Imagem: REUTERS/Yuri Gripas)

Uma maior certeza sobre as políticas públicas da Argentina pode ajudar a retomada de crescimento e investimentos no país, disse o Fundo Monetário Internacional nesta quarta-feira.

“Conforme novas políticas públicas são anunciadas, isso diminuirá a incerteza, que é muito alta na economia argentina”, disse Alejandro Werner, diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental. “Isso vai ajudar a reativar o crescimento, reativar os investimentos”.

A Argentina está se preparando para renegociar cerca de 100 bilhões de dólares em dívida soberana, incluindo parte de uma linha de crédito de 57 bilhões de dólares, ampliada pelo FMI em 2018.

As negociações com o FMI são fundamentais, já que a Argentina espera evitar a inadimplência em meio a uma queda da moeda, uma inflação acentuada e uma economia em contração. Uma equipe técnica do FMI viajará para Buenos Aires em fevereiro.

O Fundo não alterou suas projeções de crescimento econômico para a Argentina em relação às estimativas de outubro, devido em parte ao fato de que o governo de Alberto Fernandez assumiu há pouco menos de dois meses, disse Werner.

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Perspectivas local

Em entrevista coletiva em Washington, Werner disse que é “prematuro” estimar o impacto econômico da propagação do coronavírus originário da China, para onde Argentina e Brasil exportam grandes quantidades de produtos agrícolas.

“Vai ter um efeito sobre o ciclo econômico dos países mais ligados à China e, obviamente, nos setores perecíveis”, disse ele, observando que um vírus semelhante que assustou o mundo no início dos anos 2000 mal alterou as tendências de crescimento econômico na região.

Sobre o Brasil, Werner disse que o Fundo espera que as reformas estruturais continuem após a aprovação de uma importante reforma da Previdência.

Sobre o Brasil, Werner disse que o Fundo espera que as reformas estruturais continuem após a aprovação de uma importante reforma da Previdência (Imagem: Pixabay)

Ele acrescentou que a incerteza sobre os principais pilares da economia chilena após semanas de protestos e a possibilidade de uma mudança constitucional estavam por trás do forte corte nas estimativas de crescimento do Fundo para o país.

O FMI agora espera que a economia chilena cresça 0,9% em 2020, contra uma estimativa de 3% em outubro.

Para toda a América Latina e Caribe, o Fundo estima um crescimento de 1,6% em 2020, contra 1,8% em outubro. O crescimento global é visto em 3,3% este ano, abaixo da sua projeção de outubro de 3,4%.