Internacional

Argentina: Por que o drama político do país agora esquentou

24 jun 2023, 14:41 - atualizado em 24 jun 2023, 14:41
Sergio Massa
(Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

A batalha da eleição presidencial argentina se acirrou após o ministro da Economia, Sergio Massa, entrar na disputa, em uma reviravolta de última hora, para enfrentar os favoritos, que incluem um prefeito conservador, uma ex-ministra de Segurança e um economista libertário.

Após meses de negociações de bastidores, o prazo para candidatos termina na noite deste sábado, marcando o verdadeiro começo da corrida às eleições gerais de 22 de outubro para escolher um líder que possa tirar o país sul-americano da crise econômica, com inflação cima de 100%, pobreza crescente e reservas internacionais se esgotando.

Haverá uma eleição primária em 13 de agosto dentro dos blocos políticos, que também pode ser um teste chave para o sentimento do eleitor, com a aliança peronista que está no governo cambaleando nas pesquisas de opinião, diante dos problemas econômicos.

A confirmação de última hora mais notável foi a de Massa, cuja candidatura foi anunciada inesperadamente na noite de sexta-feira.

“Isso muda completamente o cenário político”, afirmou Alejandro Corbacho, diretor do programa de ciência política da universidade argentina Ucema. “Ele tem apoio de setores comerciais importantes aqui e será um candidato competitivo.”

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Disputa na Argentina

O partido governista anunciou que Massa e o chefe de gabinete Agustin Rossi formarão a chapa unificada da coalizão, apenas um dia depois de o ministro do Interior, Eduardo ‘Wado’ de Pedro anunciar sua candidatura e o embaixador no Brasil, Daniel Scioli, reafirmar sua decisão de concorrer. Nenhum dos dois encerrou suas candidaturas em público. Os dois estavam atrás de Massa nas pesquisas.

O moderado prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta e a mais linha-dura ex-ministra da Segurança, Patricia Bullrich, estão competindo para ficar à frente do principal bloco de oposição conservador — que lidera as pesquisas no geral. Atrás deles, está o parlamentar centrista Facundo Manes.

Bullrich elogiou a unidade do partido em uma entrevista coletiva na sexta-feira e depois culpou Massa pelos problemas econômicos do país, prometendo uma mudança total se vencer.

“Esta chapa está comprometida com uma mudança profunda”, disse. “A Argentina precisa de líderes com convicção porque os problemas a serem resolvidos são profundos.”

Quem representa um sério desafio a eles é o economista libertário, Javier Milei, o candidato individual mais popular nas pesquisas, com vários eleitores cansados do status quo político. O seu partido, no entanto, está em terceiro lugar. Ele prometeu dolarizar a economia e acabar com o banco central.

“Ele complica a vida das outras duas coalizões porque tirará votos delas”, disse o consultor político argentino, Carlos Fara, acrescentando que seu carisma pessoal pode, no entanto, ser moderado pela estrutura mais limitada do seu partido.

Larreta, Bullrich e Massa estão praticamente empatados nas pesquisas, com Milei um pouco à frente. Com nenhum candidato ou partido apresentando mais de 50% nas pesquisas, a probabilidade é que haja um segundo turno em novembro.

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