América Latina

Argentina planeja congelar até US$ 10 bilhões em dívida local em dólares

06 abr 2020, 10:11 - atualizado em 06 abr 2020, 10:11
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O decreto de necessidade e urgência não afetará os cerca de 70 bilhões de dólares em dívidas em moeda estrangeira emitidas sob a lei internacional (Imagem: Reuters/Marcos Brindicci)

A Argentina planeja adiar pagamentos de até 10 bilhões de dólares em dívidas emitidas em dólares sob a lei local até o final do ano, disse o governo em um decreto no domingo, em uma tentativa de aliviar pressão sobre pagamentos iminentes em moeda estrangeira.

O decreto de necessidade e urgência, enviado à Reuters, não afetará os cerca de 70 bilhões de dólares em dívidas em moeda estrangeira emitidas sob a lei internacional e que a Argentina está atualmente negociando para reestruturar com os credores.

O governo da Argentina havia dito anteriormente que está tentando reestruturar 83 bilhões de dólares em dívida em moeda estrangeira sob as leis locais e internacionais, à medida que tenta evitar um default soberano que afetaria seu acesso aos mercados globais.

A decisão de adiar os pagamentos da dívida sob a lei local pode dar espaço à Argentina e permitir que seja mais fácil efetuar pagamentos de títulos emitidos sob leis estrangeiras. Como a dívida foi emitida de acordo com a lei local, todos os credores que desejam tomar uma ação legal precisariam fazê-lo nos tribunais locais.

O ministério da Economia do país não respondeu imediatamente a um pedido de mais comentários no domingo.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, e seu ministro da Economia, Martín Guzmán, disseram repetidamente que a Argentina não pode pagar suas dívidas públicas até que haja tempo para reavivar uma economia que está atolada em recessão nos últimos dois anos.

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A Argentina não pode pagar suas dívidas públicas até que haja tempo para reavivar uma economia que está atolada em recessão (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)

Seu principal credor, o Fundo Monetário Internacional, apoiou a posição do país, dizendo que suas dívidas são insustentáveis.

Espera-se que Guzmán faça uma proposta em breve aos credores privados para reestruturar os títulos sob lei estrangeira do país, um processo que foi marcado por atrasos em meio à pandemia global de coronavírus, que levou a um isolamento nacional na Argentina

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