Argentina não tem espaço para melhorar reestruturação de dívida, diz Guzmán
A Argentina não tem espaço para melhorar sua mais recente oferta de reestruturação de dívidas aos credores, disse à Reuters nesta quarta-feira o ministro da Economia, Martín Guzmán, enquanto o país procura conquistar os detentores de títulos para chegar a um acordo e evitar um conturbado default e um impasse legal.
A Argentina divulgou no domingo o que disse ser sua oferta “final” para renovar cerca de 65 bilhões de dólares em dívida externa, que atraiu o apoio inicial de alguns credores e ajudou a elevar os preços dos títulos soberanos nesta semana.
“Fizemos o máximo de nossos esforços”, disse Guzmán à Reuters e a outra organização de mídia em uma entrevista em seu escritório em Buenos Aires, acrescentando que “claramente não havia” espaço para alterar ainda mais a oferta.
Apesar dos sinais de apoio à oferta por parte de alguns, outros importantes grupos de detentores de títulos –que, em conjunto, detêm parcelas significativas da dívida elegível– até o momento evitaram apoiar ou rejeitar o acordo.
Isso inclui o grupo de detentores de títulos Ad Hoc, composto por nomes como BlackRock e Fidelity, que criticou o governo depois que as negociações estagnaram em meados de junho.
A mais recente oferta do governo, que melhorou as condições de pagamento e cedeu terreno em disputados termos legais, foi feita sem que antes se chegasse a um acordo com o grupo.
“Com o grupo Ad Hoc, não chegamos a um acordo antes de apresentar a oferta”, disse Guzmán, acrescentando que o governo “ainda não ouviu nada” deles.
“Assumimos que alguns credores podem levar algum tempo para tomar sua decisão.”