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Argentina mira Bunge e outras empresas em investigação sobre aumento de preços

18 fev 2021, 8:37 - atualizado em 18 fev 2021, 8:37
Alberto Fernandez
O governo do presidente argentino Alberto Fernandez entrou em confronto com algumas empresas e investidores sobre o teto de preços de alguns produtos e o congelamento de tarifas de serviços públicos (Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

A Argentina está investigando empresas de bens de consumo incluindo Danone, Procter & Gamble e Unilever, além de produtores de alimentos como a Bunge, sob acusações de que elas terem deliberadamente reduzido a produção, em meio a medidas do governo para conter o aumento de preços.

O ministério da produção do país, em um comunicado, alegou que essas e outras empresas estariam “retendo os volumes de produção” e não teriam seguido uma resolução que determinou aumento da produção ao “nível mais alto de sua capacidade instalada”.

O governo disse que uma investigação encontrou escassez em supermercados de produtos que variam de óleo de cozinha a fraldas e queijos, e que as empresas sob investigação devem corrigir a situação e restaurar os níveis de estoque.

As empresas não responderam imediatamente aos pedidos de comentários por e-mail.

Daniel Funes de Rioja, chefe da Câmara da Indústria de Alimentos Copal, rejeitou as acusações e disse à imprensa que a indústria seguiu em frente apesar dos altos custos e congelamento de preços.

As empresas abasteceram o mercado “durante toda a pandemia, apesar dos trabalhadores doentes, problemas logísticos, greves dos petroleiros, bloqueio de caminhoneiros de 15 dias, feriados, férias de pessoal e paralisação de fábricas para manutenção”, disse Funes de Rioja.

Mas o ministro da Produção, Matías Kulfas, disse que o governo detectou “alguns produtos faltando nos supermercados” e atribuiu isso a um problema de abastecimento pelos grandes produtores industriais.

O governo da nação sul-americana, sob uma administração de orientação à esquerda, tem tentado proteger os consumidores de aumentos dos preços e buscado controlar uma inflação galopante, prevista em uma pesquisa do banco central em 50% este ano.

O governo do presidente argentino Alberto Fernandez entrou em confronto com algumas empresas e investidores sobre o teto de preços de alguns produtos e o congelamento de tarifas de serviços públicos.

Na quarta-feira, os detentores da dívida soberana da Argentina criticaram tais políticas como medidas de curto prazo e condenadas ao fracasso.

O ministério da produção disse que as leis de teto de preço visam proteger os consumidores de “possíveis abusos de preços e garantir o abastecimento normal de produtos nos supermercados”.

Temores recentes sobre o ressurgimento da inflação geraram tensão entre o governo argentino e o grande setor agrícola do país, com a tensão aliviada após promessas de exportadores e produtores de ajudar a manter os preços domésticos baixos.

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