Internacional

Argentina inicia transição em instrumento de política monetária

19 out 2020, 14:57 - atualizado em 19 out 2020, 14:57
Argentina
O banco central vê sua taxa real de política monetária entre as taxas de recompra e Leliq, ou em torno de 33%, segundo pessoas com conhecimento direto do assunto, que pediram anonimato (Imagem: Reuters)

A Argentina decidiu mudar a forma de conduzir a política monetária ao agrupar duas taxas de referência diferentes na tentativa de reduzir o custo de enxugar o excesso de liquidez em pesos no mercado.

O banco central vê sua taxa real de política monetária entre as taxas de recompra e Leliq, ou em torno de 33%, segundo pessoas com conhecimento direto do assunto, que pediram anonimato.

Em teleconferência com investidores na sexta-feira, o ministro da Economia, Martín Guzmán, disse que o governo busca aproximar as diferentes taxas para que haja apenas uma taxa de referência, entre 32% e 33%, segundo uma pessoa que participou da ligação.

Quando contatado para comentários, um porta-voz do banco central disse que isso faz parte de uma “estratégia para harmonizar as taxas”. A assessoria de imprensa do Ministério da Economia não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

A Argentina enfrenta uma profunda crise cambial, com o peso sendo negociado a 178 por dólar no mercado paralelo, ou 57% abaixo da taxa oficial sob rígido controle.

Nas últimas semanas, o banco central tem aumentado as taxas de recompra e cortado a taxa Leliq, sob o argumento de que isso tornará a política monetária mais eficiente e reduzirá o custo de absorção do excesso de liquidez.

Operações compromissadas

As autoridades de política monetária também estimulam os bancos a posicionarem o excesso de liquidez em taxas de recompra de um ou sete dias, ao mesmo tempo em que desencorajam o uso da taxa Leliq, atualmente a referência oficial, disseram as pessoas.

Para isso, a partir de 1º de outubro o banco central passou a aumentar as taxas de recompra e baixou a taxa Leliq.

Também reduziu a quantidade de notas Leliq que os bancos podem manter. Desde então, os bancos aumentaram o estoque de operações compromissadas em 20%, para 157 bilhões de pesos (US$ 2,2 bilhões), ao mesmo tempo que reduziram em 7% o estoque de Leliqs, agora em 123 bilhões de pesos (US$ 1,6 bilhão).

O banco central elevou a taxa de recompra de um dia para 30% em 15 de outubro – um aumento de 11 pontos percentuais desde 1º de outubro – e sua taxa de recompra de sete dias para 33%. Também reduziu a taxa Leliq para 36%.

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