Argentina estuda modelo privado-estatal para gigante de soja
A província argentina de Santa Fé apresentou uma proposta para o controle conjunto da Vicentin SAIC pelo governo federal e sócios privados, incluindo empresas agrícolas domésticas às quais a exportadora de soja em crise deve dinheiro.
Autoridades provinciais têm discutido a proposta com autoridades federais e podem apresentá-la já na quarta-feira em reunião de mediação com a Vicentin perante o juiz de falências, disse uma pessoa com conhecimento direto do assunto.
Santa Fé, aliada política do governo federal, é responsável pelos esforços de intervenção depois que o plano do presidente da Argentina, Alberto Fernández, de nacionalização federal definitiva enfrentou resistência. A Vicentin tem sede na província.
O governo federal não respondeu a um pedido de comentário. Santa Fé não quis comentar.
Um porta-voz da Vicentin disse que os atuais proprietários já colocaram na mesa uma troca de dívida por capital e que eles, não os governos provinciais ou federais, devem decidir o futuro da empresa no processo de recuperação judicial.
A Argentina é o maior fornecedor mundial de farelo de soja para ração, além de óleo de soja e biocombustível. Nos últimos dois anos, a Vicentin superou multinacionais como Bunge e Cargill, bem como a rival local Aceitera General Deheza, e se tornou a principal exportadora de produtos do país.
Mas a Vicentin, que tem uma joint venture com a Glencore, não registra nenhuma exportação de colheitas desde 9 de dezembro, apenas alguns dias depois de deixar de pagar fornecedores no valor de US$ 360 milhões, segundo dados do Ministério da Agricultura.