Argentina e Mercosul seguem sendo importantes para a economia brasileira, diz secretário
O secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, afirmou nesta segunda-feira que a Argentina continua sendo um parceiro importante para o Brasil e acrescentou que o governo não discute a dissolução do Mercosul, nem teme pelo futuro do acordo Mercosul-União Europeia após a vitória do candidato peronista Alberto Fernández nas eleições presidenciais argentinas.
Em declaração a jornalistas após evento no Rio de Janeiro, Ferraz frisou, no entanto, que o presidente Jair Bolsonaro foi eleito com uma agenda que defende, entre outros pontos, um “Mercosul mais internacionalizado” e confirmou que o Brasil estuda uma redução da tarifa externa comum do bloco.
“Da parte do governo brasileiro nunca esteve em pauta a dissolução do Mercosul, mas o que sempre se discutiu no âmbito do governo brasileiro foram eventuais flexibilizações e uma eventual redução numa magnitude não estabelecida da nossa tarifa externa comum (TEC)”, disse o secretário, ressaltando que um corte de tarifas terá que ser ainda discutido com países do Mercosul, sociedade e setor privado.
Ferraz afirmou que o governo Bolsonaro não conhece ainda a política econômica do presidente eleito Fernández e que, em tese, o Brasil poderia permanecer sozinho no acordo de livre comércio com a União Europeia em caso de desistência da Argentina. Mas ele disse considerar “muito pouco provável” essa hipótese. “Houve uma aceitação muito clara da Argentina a favor do acordo e não vejo um caminho nessa direção”, disse.
“O que vai acontecer na relação Brasil Argentina vai depender muito da postura do novo governo, mas seguimos com objetivo claro de aumentar o nível de integração internacional da economia brasileira”, disse Ferraz a jornalistas.
Outros acordos
Durante palestra em seminário sobre a governança dos Brics no Rio de Janeiro, Ferraz destacou nesta segunda-feira acordos na área automotiva celebrados pelo governo com Argentina e México, e ressaltou que o Brasil vai em busca de mais espaço no comércio global.
Segundo o secretário, o governo brasileiro pretende iniciar negociações de livre comércio com Estados Unidos, México, Japão e Vietnã no primeiro semestre de 2020. Também espera concluir em 2020 negociações de uma zona franca com Singapura, Canadá e Coreia do Sul.