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Argentina descarta auxílio emergencial a trabalhadores em 2021

22 jan 2021, 10:53 - atualizado em 28 jan 2021, 17:00
Argentina
Algumas restrições foram impostas ao comércio recentemente, após o número de casos ter chegado perto do pico de outubro (Imagem: pixabay)

Argentina não precisará de uma nova versão do programa de auxílio emergencial implementado no ano passado por causa da pandemia, informou um representante do alto escalão do governo. A decisão remove uma ameaça que paira sobre a frágil situação fiscal do país.

O governo está trabalhando com um cenário básico no qual a circulação interna não estará restrita este ano como ocorreu no início do confinamento em março, disse o servidor, que pediu para não ser identificado porque as discussões são particulares.

Algumas restrições foram impostas ao comércio recentemente, após o número de casos ter chegado perto do pico de outubro, porém de forma mais contida do que durante o lockdown total de 2020.

Segundo a fonte, evitar limites rigorosos à circulação de pessoas diminuirá a necessidade de implementação de outra parcela do Ingresso Familiar de Emergência (IFE), o programa de apoio à renda de segmentos vulneráveis, incluindo desempregados e autônomos. Um porta-voz do Ministério da Economia não quis comentar.

No auge, antes de ser gradualmente removido, o programa concendeu a quase 9 milhões de argentinos, ou cerca de 20% da população, um pagamento mensal de 10.000 pesos (US$ 116) durante três meses. As transferências do IFE ajudam a explicar um déficit primário (que exclui o pagamento de juros) equivalente a 6,5% do PIB em 2020, divulgado na quarta-feira, e bem maior do que o déficit de 0,4% apurado em 2019.

O subsídio do IFE não foi incluído no orçamento de 2021, mas algumas autoridades afirmam que a retomada do programa depende do avanço do coronavírus.

A Argentina registrou 1.831.681 casos de Covid-19 e mais de 46.000 mortes. O país iniciou a vacinação nos últimos dias de dezembro e aplicou mais de 240.000 doses da Sputnik V até o momento.

Sem o programa de apoio à renda, o governo espera reduzir o déficit primário para 4,5% do PIB este ano. A diminuição do déficit será um elemento central do acordo pendente com o Fundo Monetário Internacional. O país deve ao FMI cerca de US$ 45 bilhões e o novo pacto que está sendo negociado entre as partes incluirá um plano econômico amplo que o governo ainda não detalhou.