Internacional

Argentina corre contra o tempo para pagar credores de títulos

06 jan 2020, 15:17 - atualizado em 06 jan 2020, 15:17
Presidente argentino, Alberto Fernández
Pouco mais de uma semana após tomar posse, Fernández teve de adiar o pagamento de US$ 9,1 bilhões em letras do Tesouro (Imagem: Reuters/Matias Baglietto)

O cronograma de pagamento de dívidas da Argentina é assustador em janeiro, difícil em abril, complicado em junho e quase intransponível em julho. Não foi à toa que o presidente da Argentina, Alberto Fernández, fez um apelo pedindo compreensão dos credores.

Em 11 de dezembro, o novo governo anunciou que estava iniciando negociações com os credores. Uma semana depois, pediu que negociassem de “boa fé”. Ambos os lados terão que agir rapidamente para evitar o nono default da Argentina em 200 anos de independência.

“Poderia concretizar os piores pesadelos do mercado, que é um default muito desagradável e um grande desconto”, disse em entrevista Kathryn Rooney Vera, chefe de pesquisa e estratégia da Bulltick. Como alternativa, um acordo rápido “poderia ser a surpresa do ano”.

Pouco mais de uma semana após tomar posse, Fernández teve de adiar o pagamento de US$ 9,1 bilhões em letras do Tesouro regidas pela legislação local, conhecidas como Letes, já que as reservas de dólares do banco central estão baixas.

Foi a segunda medida desse tipo em cinco meses e ilustrou a profundidade da crise da dívida enfrentada pela Argentina. Agora, Fernández precisa convencer credores a aceitar um novo cronograma de pagamentos, ganhando tempo enquanto tenta reaquecer a economia.

Mas o presidente argentino corre contra o tempo. Embora tenha levado anos para reestruturar a dívida do país após um default 2001, o governo da Argentina pode ter menos de seis meses desta vez.

A dívida total argentina é de US$ 332 bilhões, incluindo empréstimos do Fundo Monetário Internacional. A dívida em mãos de credores de títulos privados é de cerca de US$ 148 bilhões.

O governo precisa convencer investidores de que “está fazendo a coisa certa”, disse Sailesh Lad, que administra US$ 2,6 bilhões em ativos na AXA Investment Managers, em Londres, e que possui títulos da Argentina. “O principal é tentar equilibrar o que o governo quer fazer com o Fundo e com os investidores.”

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