Argentina contrata dragagem no rio Paraná enquanto elabora licitação de longo prazo
A Argentina vai terceirizar a dragagem do rio Paraná, principal via de exportação de grãos do país, por um ano, enquanto o governo prepara uma concessão de longo prazo, de acordo com um decreto publicado nesta quinta-feira.
A Administração Nacional de Portos recebeu autoridade para que nos próximos 12 meses sejam fechados contratos de gestão da hidrovia, enquanto o Ministério dos Transportes avalia as propostas das empresas de dragagem para a concessão de longo prazo que se seguirá.
“A Administração dos Portos fará os contratos necessários para garantir a navegabilidade”, diz o decreto.
No próximo ano, será o Estado, e não a empresa de dragagem, que cobrará encargos dos navios que usam a hidrovia. Até então, a empresa de dragagem fazia a cobrança das taxas.
O decreto disse que haverá uma “eventual revisão de tarifas e/ou pedágios, levando em consideração a opinião dos usuários.”
Mas os líderes do setor privado afirmaram que são contra o aumento do papel do Estado no principal sistema de logística do país.
“Seria um grande erro o estado administrar diretamente a dragagem do rio. Não tem recursos econômicos ou técnicos para isso”, disse Gustavo Idigoras, chefe da Câmara das Empresas Exportadoras e Processadoras de Grãos CIARA-CEC.
O rio Paraná é administrado há 25 anos pela belga Jan de Nul, que continua na gestão com um contrato de 90 dias firmado em abril.
A Argentina é o terceiro maior exportador mundial de milho e o principal fornecedor de farelo de soja.
Cerca de 80% das exportações de grãos do país descem pelo rio Paraná, desde o cinturão agrícola dos Pampas até as rotas marítimas do Atlântico.