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Argentina contrata dragagem no rio Paraná enquanto elabora licitação de longo prazo

01 jul 2021, 14:44 - atualizado em 01 jul 2021, 14:44
Grãos em porto no rio Paraná
O rio Paraná é administrado há 25 anos pela belga Jan de Nul, que continua na gestão com um contrato de 90 dias firmado em abril  (Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

A Argentina vai terceirizar a dragagem do rio Paraná, principal via de exportação de grãos do país, por um ano, enquanto o governo prepara uma concessão de longo prazo, de acordo com um decreto publicado nesta quinta-feira.

A Administração Nacional de Portos recebeu autoridade para que nos próximos 12 meses sejam fechados contratos de gestão da hidrovia, enquanto o Ministério dos Transportes avalia as propostas das empresas de dragagem para a concessão de longo prazo que se seguirá.

“A Administração dos Portos fará os contratos necessários para garantir a navegabilidade”, diz o decreto.

No próximo ano, será o Estado, e não a empresa de dragagem, que cobrará encargos dos navios que usam a hidrovia. Até então, a empresa de dragagem fazia a cobrança das taxas.

O decreto disse que haverá uma “eventual revisão de tarifas e/ou pedágios, levando em consideração a opinião dos usuários.”

Mas os líderes do setor privado afirmaram que são contra o aumento do papel do Estado no principal sistema de logística do país.

“Seria um grande erro o estado administrar diretamente a dragagem do rio. Não tem recursos econômicos ou técnicos para isso”, disse Gustavo Idigoras, chefe da Câmara das Empresas Exportadoras e Processadoras de Grãos CIARA-CEC.

O rio Paraná é administrado há 25 anos pela belga Jan de Nul, que continua na gestão com um contrato de 90 dias firmado em abril.

A Argentina é o terceiro maior exportador mundial de milho e o principal fornecedor de farelo de soja.

Cerca de 80% das exportações de grãos do país descem pelo rio Paraná, desde o cinturão agrícola dos Pampas até as rotas marítimas do Atlântico.