Eleições

Argentina chega dividida à eleição presidencial; Javier Milei lidera, mas 2º lugar está embolado

21 out 2023, 16:57 - atualizado em 21 out 2023, 16:58
Javier Milei candidato presidente presidência Argentina primeiro turno eleições 22 outubro 2023
Centro das atenções: Javier Milei, candidato ultraliberal, é a surpresa da eleição presidencial argentina (Imagem: Divulgação/ Javier Milei)

Os eleitores argentinos estão muito divididos antes da histórica e incerta eleição presidencial de domingo (22), com alguns dizendo que podem não tomar uma decisão até chegarem às urnas, o que abre a possibilidade de haver um final dramático.

A eleição é uma disputa em três vias entre o outsider favorito, Javier Milei, o ministro da Economia do governo peronista, Sergio Massa, e a ex-ministra da Segurança de centro-direita, Patricia Bullrich, todos oferecendo visões drasticamente diferentes para a Argentina.

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“Votarei em quem parecer menos pior. Mas eu vou dizer que estou meio a meio até domingo”, disse Soledad Sánchez, contadora pública em Buenos Aires, acrescentando que estava oscilando entre os dois principais candidatos de oposição, Bullrich e Milei.

“Vamos ver qual voto eu coloco no envelope.”

O economista libertário Milei está na pole position para vencer, embora provavelmente tenha que disputar um segundo turno. As pesquisas indicam que Massa está à frente de Bullrich pela outra vaga no segundo turno, embora elas não tenham conseguido prever o resultado das primárias abertas de agosto, o que deixa muito espaço para dúvidas.

Eleição na Argentina ocorre em meio a “grande encruzilhada”

A eleição marca uma grande encruzilhada para a Argentina, país que é um dos maiores exportadores de grãos do mundo, maior devedor, de longe, do Fundo Monetário Internacional e que possui grandes reservas de óleo e gás de xisto, além lítio metálico para baterias elétricas.

Yamila Papina, funcionária pública da capital, disse que está apoiando Massa, candidato de centro-esquerda do governo, acrescentando que estava preocupada com as propostas de Milei de reduzir o tamanho do Estado e cortar profundamente os gastos.

“Nesse sistema, as divisões serão cada vez maiores… Eu não quero esse modelo de jeito nenhum”, disse. “Não há discussão sobre quem eu votarei nessas eleições. Será em Sergio Massa.”

Bullrich, cujo apoio foi diluído pela ascensão abrupta do rival de extrema-direita Milei, é a candidata do establishment conservador, endossada por muitos do setor empresarial, que gostam de sua mensagem forte e estável, além do foco em segurança.

“Bullrich é mais racional, o que significa propor mudanças que talvez sejam um pouco mais esperadas e razoáveis”, disse Hernán Etchaleco, diretor de uma empresa de consultoria de comunicações. “É o que eu gostaria para o país.”

Milei, no entanto, tem sido o principal assunto da campanha desde que conseguiu uma vitória surpreendente nas primárias de agosto e está liderando as pesquisas recentes. Ele se conectou com os eleitores, especialmente os jovens e irritados com anos de mal-estar econômico que está piorando no momento, com inflação em 138% e dois quintos da população na pobreza.

“Eu passei minha vida inteira com problemas acontecendo”, disse Agustin Geist, 24, que nasceu pouco antes da grande crise econômica em 2001-2002, cuja sombra ainda paira sobre a Argentina.

“Me parece ser a hora de uma mudança, de ver como podemos alterar a realidade do país.”

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