Argentina busca aliviar tensão em portos de grãos após coronavírus causar atrasos
O ministério de Transportes da Argentina divulgou medidas na terça-feira para deixar claras regras para portos de exportação de grãos, esperando normalizar as atividades, que foram impactadas por atrasos após o país ter fechado suas fronteiras para conter o coronavírus.
O movimento vem após problemas nos portos do maior exportador global de farelo e óleo de soja, que também é o terceiro maior exportador de milho e de soja.
O presidente argentino Alberto Fernandez anunciou no domingo o fechamento das fronteiras para não residentes por 15 dias como medidas de precaução contra a propagação do coronavírus, após o país ter registrado 65 casos e duas mortes.
Mas a medida causou impactos nos portos devido a alguma incerteza sobre seu alcance e escala. Sindicatos de trabalhadores dos portos também estão agora ameaçando uma greve por preocupações com sua saúde.
O ministro dos Transportes esclareceu em comunicado que a entrada de navios com bens comerciais nos portos argentinos não deve ser proibida e que tripulações estrangeiras podem desembarcar se necessário caso não tenham sintomas e estejam navegando há 14 dias sem atracar as embarcações.
“Se o desembarque da tripulação não for necessário para as operações, eles não serão autorizados a desembarcar por 15 dias”, acrescentou a pasta.
Antes do anúncio, uma fonte no ministério disse à Reuters que as medidas visavam dar clareza às atividades no nível regulatório e explicá-las aos sindicatos de trabalhadores.
O sindicato de descarregadores de grãos da URGARA disse na terça-feira que medidas de prevenção ao contágio por coronavírus nas áreas portuárias não estavam sendo cumpridas e que, se não fossem anunciados protocolos claros, interromperia as atividades na manhã de quarta-feira.
Os problemas nos portos ocorrem em um momento de atividade relativamente baixa na Argentina, uma vez que agricultores estão começando a colher milho, enquanto a colheita da soja começa nas próximas semanas.