Área de plantio dos EUA pode atingir recorde em 2021, diz USDA
Os agricultores dos Estados Unidos poderão plantar uma área recorde com as principais safras do país no ano que vem caso os preços continuem favoráveis e o clima na primavera do Hemisfério Norte permita, disse nesta quarta-feira uma autoridade do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA, na sigla em inglês).
Nos níveis atuais, os preços do milho e soja estão lucrativos para os produtores dos EUA, após um rali recente desencadeado pela demanda chinesa, afirmou o chairman do World Agricultural Outlook Board do USDA, Mark Jekanowski, durante a conferência Global Grain.
“Dados os preços, os produtores vão fazer todo esforço possível para plantar cada acre que conseguirem”, disse ele, acrescentando que ainda é cedo demais para fazer previsões sobre os níveis de plantio da primavera local.
Em projeções iniciais divulgadas neste mês, o USDA estimou aumentos nas áreas plantadas com soja e trigo no ano que vem, mas queda na área semeada com milho. As escolhas dos agricultores para o plantio também refletem o comparativo dos preços entre as safras.
Os contratos futuros da soja negociados em Chicago dispararam nesta semana, atingindo o mais alto nível em mais de quatro anos, enquanto o milho alcançou o maior patamar em mais de um ano, apoiados pelas fortes importações chinesas e por preocupações com o tempo seco na América do Sul.
“Não há nenhuma indicação de que a demanda vá diminuir em breve”, disse Jekanowski sobre as importações de grãos pela China, destacando os esforços do país asiático para reconstruir sua indústria de carne de porco após enfrentar uma epidemia de peste suína africana.
Na semana passada, o USDA quase dobrou sua previsão mensal para as importações de milho pela China em 2020/21, o que deve contribuir para o aperto na oferta esperada do cereal nos EUA.
A agência manteve sua estimativa de importações recordes de soja pela China, de 100 milhões de toneladas
Jekanowski disse que não espera um aumento nas tensões comerciais com a China sob o próximo governo dos EUA, e que a demanda chinesa por produtos agrícolas norte-americanos deve perdurar, apoiada pelo progresso na fase 1 do acordo comercial assinado pelo presidente Donald Trump com Pequim no início do ano.
O democrata Joe Biden derrotou o presidente republicano nas eleições do país, realizadas em 3 de novembro.