Archer vê aumento de 35% na produção de açúcar do CS, mas alerta sobre coronavírus
A produção de açúcar do centro-sul do Brasil tem potencial para atingir 35,8 milhões de toneladas na atual temporada (2020/21), volume 35% acima daquele verificado na safra anterior, mas essa estimativa pode ser alterada dependendo do impacto do coronavírus no setor, estimou nesta segunda-feira a Archer Consulting.
Já a produção de etanol pode atingir 26,2 bilhões de litros, queda de mais de 20% em relação ao volume do ciclo passado, com a fabricação de anidro caindo cerca de 9%, para 9 bilhões de litros, e a de hidratado despencando mais de 25%, para 17,2 bilhões de litros.
Na primeira estimativa de safra do centro-sul, a Archer apontou para uma moagem de 596 milhões de toneladas de cana, um volume 2,25% maior que o total da safra 2019/2020.
“Acreditamos, no entanto, que esse volume de cana pode sofrer alteração dependendo da evolução da crise atual provocada pelo coronavírus e pelo derretimento do preço do petróleo no mercado internacional”, disse o sócio-diretor da Archer, Arnaldo Correa, em nota.
“Ou seja, podemos ver um aumento substancial na produção de açúcar em detrimento ao etanol, que remunera menos, bem como uma redução no total de cana a ser moída por problemas financeiros de algumas unidades produtoras, que podem não conseguir moer o que estava previsto”.
O mix de cana para açúcar no Estado de São Paulo, maior produtor brasileiro deverá ser superior a 50% (na última safra foi de 40,89%), devido à menor rentabilidade do etanol, acrescentou o consultor.
Movimento semelhante deverá ser visto também em outros Estados do centro-sul.