Arcabouço fiscal parece ‘bastante razoável’, diz Campos Neto; veja o que esperar da Selic em 2023
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (30) que o desfecho da taxa Selic em 2023 ainda segue aberto, mas declarou que o arcabouço fiscal, que está sendo apresentado pelo Ministério da Fazenda, lhe parece ‘bastante razoável.
Durante coletiva sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), realizada no mesmo horário em que Fernando Haddad e Simone Tebet apresentavam as novas regras fiscais, Campos Neto disse que ainda não teve tempo para olhar os detalhes do arcabouço fiscal. O Banco Central tomou conhecimento das regras gerais da nova norma fiscal, ainda antes de o governo fixar os seus parâmetros.
“Neste momento, não temos nada a declarar sobre o arcabouço; precisamos analisar”, completou. O BC já chegou a sinalizar na última ata do Copom que, se o novo arcabouço fiscal for bom, haverá espaço para cortar a Selic nos próximos meses.
A proposta do governo para o novo arcabouço fiscal terá uma trava para impedir que os gastos federais cresçam mais do que a arrecadação, mas contará também com um limite mínimo para a evolução das despesas, de acordo com documento divulgado pelo Ministério da Fazenda nesta quinta-feira, em regra que contará com metas flexíveis para o resultado primário.
Inflação maior no primeiro semestre
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta quinta-feira que a autoridade monetária enxerga uma inflação um pouco mais forte no primeiro semestre, na comparação com as projeções do mercado no relatório Focus.
“A desancoragem das expectativas de inflação para o ano subiu 100 pontos-base desde último relatório trimestral”, disse o diretor
Guillen também participou da apresentação do Relatório de Inflação do primeiro trimestre do BC, divulgado nesta manhã.
(Com Reuters)
Veja a apresentação do Relatório de Inflação (RTI):