Aquisições de Solution4Fleet e Car10 posicionam Santander como concorrente das locadoras de veículos
O Santander Brasil (SANB11) passa a concorrer com as tradicionais locadoras de veículos ao adquirir Solution4Fleet e Car10, afirmaram a Ágora Investimentos e a Guide Investimentos.
O banco anunciou na quarta-feira a compra do controle das duas empresas como parte da estratégia de se apresentar ao mercado como líder em financiamento de veículos no Brasil.
A Solution4Fleet é uma plataforma de negócios de locação e assinatura de veículos. A empresa oferece sistema de gestão de frota, manutenção assistida, assistência 24 horas e conserto e gestão de multas, além de serviços voltados a empresas que queiram abrir seus próprios negócios de aluguel de veículos.
A Car10 é um marketplace que reúne cerca de 8 mil oficinas e serviços automotivos, como funilaria, higienização e assistência emergencial. Pela plataforma, os proprietários de veículos podem obter indicações e enviar fotos de seus carros para realizar cotações online, fazer agendamentos, buscar peças e acessórios e receber ofertas de serviços e descontos.
“O Santander fortalece sua presença no mercado de financiamento de veículos, no qual já é líder nacional, e aluguel de veículos, que é um segmento que tem forte potencial de crescimento e consolidação, passando a concorrer com tradicionais locadoras de veículos”, comentou o analista da Guide Luis Sales.
Na opinião da Ágora, a mudança estrutural na indústria automotiva, com os consumidores passando a preferir o “uso” em vez da “posse” do veículo, cria um alto potencial de crescimento para locadoras de veículos e reduz spreads para bancos comerciais.
“Ainda vemos oportunidades de novas parcerias a serem anunciadas entre bancos e locadoras de veículos”, complementaram Victor Mizusaki e Wellington Lourenço, do time de análise da Ágora.
Cisão da Getnet
O Banco Central autorizou a cisão do Santander com a Getnet, que busca realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
A XP Investimentos reiterou sua recomendação neutra para o Santander, com preço-alvo por ação de R$ 32. A corretora acredita que a cautela prevalecerá entre os investidores no curto prazo, visto que faltam informações sobre o potencial valor a ser destravado com a cisão e o impacto que a Getnet teria sobre os lucros do banco.
No longo prazo, as ações da companhia devem recuar.
“No longo prazo, as ações do Santander devem cair à medida que ocorrer a cisão e o banco perder parte de seu poder de lucro e uma unidade com ROE [retorno sobre o patrimônio líquido] superior ao do próprio banco”, avaliou a XP.