Aquisições da Hapvida e Notredame são positivas no longo prazo, mas deixam a desejar no curto
O Credit Suisse reavaliou suas recomendações para as ações da Hapvida (HAPV3) e Notredame (GNDI3), após as empresas realizarem recentes aquisições que alteraram o perfil de capital das mesmas. Para eles, os novos negócios parecem positivos para o longo prazo, mas não se destacam tanto no curto prazo.
“As aquisições recentes mudaram a criação de valor com o tempo, criando um período de transição em que o valor econômico é ameaçado. Aconselhamos o investidor a entender que o o ganho depende da estabilidade das premissas no longo prazo”, informou o analista Mauricio Cepeda.
A Notredame fechou, no último mês, dois contratos de compra, sendo um da Medisanitas Brasil por R$ 1 bilhão, e outro da Climepe por R$ 168 milhões.
Já a Hapvida realizou a compra de 3 unidades de saúde, sendo elas Promed, em Minas Gerais, Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto, São Paulo e do plano de saúde Samedh, em Goiânia.
Na visão do banco, apesar de ter uma grande carteira ser o desejado pelas empresas, a geração de valor depende da estrutura hospitalar dos negócios fechados, como um ticket médio mais alto, concentração em planos corporativos e outros pontos. De acordo com eles, as recentes aquisições da Notredame contam com estrutura hospitalar limitada, tickets mais baixos e uma carga mais alta de planos individuais, o que não se mostra tão positivo.
Até o momento, as compras das duas companhias não haviam se relacionado diretamente, como está acontecendo agora em Minas Gerais.
“Além do crescimento orgânico já existente, as duas empresas têm se expandido geograficamente por meio de aquisições. Cada etapa visa a entrada em uma nova microrregião no Brasil e, até agora, os dois jogadores não se cruzaram de forma significativa. A recente entrada das duas empresas em Belo Horizonte, começou a mudar a história”, confirmou o Credit.
Pensando neste cenário, o banco levantou uma bandeira amarela para as ações da Notredame, mantendo sua recomendação neutra e preço-alvo de R$ 76. Já no caso da Hapvida, a recomendação é de compra para os ativos, com preço-alvo de R$ 76.
De acordo com o relatório, os riscos estão relacionados principalmente ao número de futuros beneficiários e tickets, que dependem da recuperação da economia e da capacidade comercial de cada empresa.